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Politica Brasil
Sexta - 05 de Novembro de 2010 às 10:03

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Um dia após ter afirmado que não vai interferir na composição do governo de Dilma Rousseff --"rei morto, rei posto"--, o presidente Lula disse ontem, em reunião ministerial no Palácio do Planalto, que pretende negociar com a oposição e emplacar uma reforma política no primeiro ano do novo governo.

Em dezembro passado, após o escândalo do mensalão do DEM, Lula defendeu a convocação de uma Assembleia Constituinte só para promover a reforma política: "Os partidos políticos deveriam estar defendendo neste momento, depois das eleições de 2010, uma Constituinte específica para fazer uma legislação eleitoral para o Brasil. Não é possível continuar do jeito que está".

Ontem, na reunião, Lula disse que atuará no PT e negociará com os aliados o texto da reforma. Ele defende o financiamento público das campanhas, o voto em lista e a fidelidade partidária.

"O presidente disse que vai atuar como um leão na reforma política", disse o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais). A reforma é assunto recorrente no Congresso mas nunca há acordo entre os partidos.

Aos ministros Lula disse que dará palpites à sucessora e que pode contribuir conversando com PSDB e DEM. O presidente argumentou que quer "sentir" dos adversários se a raiva é pessoal ou se será transferida para Dilma.

Disposto a garantir um bom início de governo para Dilma, cobrou empenho dos ministros na transição: "É importante que a gente esteja disponível e crie todas as facilidades possíveis para a transição ser a mais tranquila e transparente possível".

No evento, Lula também criticou o ritmo que a Casa Civil estaria dando aos projetos do governo: "As coisas não estão andando como imaginamos que deveriam andar".

A Casa Civil é comandada por Carlos Eduardo Esteves. Ele assumiu no lugar de Erenice Guerra, que saiu depois da acusação de envolvimento em um esquema de tráfico de influência. Lula cobrou ainda Padilha e o líder no Senado, Romero Jucá (PMDB), por não terem aprovado o cadastro positivo.

Após a reunião, a Casa Civil divulgou nota em oficializa o início da transição e informa que haverá cessão e requisição de servidor, ajuda de custo, deslocamento e auxílio-moradia, concessão de diárias e passagens para deslocamento em serviço.

Dilma poderá contratar até 50 funcionários --a verba reservada é de R$ 2,8 milhões.

A equipe de transição terá acesso a dados sobre as contas públicas, a execução orçamentária e financeira, assim como dados sobre as empresas estatais.
Na reunião, Lula suspendeu férias de ministros e disse que ninguém tem assento garantido no novo governo.

Outro tema levantado pelo presidente foi a criação de marcos regulatórios que estão em discussão, como o que regula a mineração.

Lula sinalizou que essas decisões serão de Dilma, mas pediu que sua equipe deixe os projetos prontos para envio ao Congresso. Em dezembro, Lula reunirá os 37 ministros para fazer um balanço sobre o legado dos oito anos e registrá-lo em cartório.






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