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Polícia Brasil
Sexta - 17 de Setembro de 2010 às 16:36
Por: Luís Bulcão Pinheiro

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Fernando Soutello/Agif/Agência Estado
Bruno e Macarrão participam de audiência no Rio
Bruno e Macarrão participam de audiência no Rio

Em depoimento na 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, zona oeste do Rio, o goleiro Paulo Victor, companheiro de Bruno durante a campanha do título brasileiro de 2009, confirmou orgia com participação do goleiro e de Eliza Samudio. De acordo com ele, pessoas andavam nuas em sua casa durante a festa da qual o Bruno negou participação.

Paulo Victor, então segundo reserva de Bruno, negou que tivesse emprestado seu carro para que Eliza fosse levada até Minas Gerais.

Já o zagueiro Álvaro afirmou que Eliza era conhecida no Brasil e na Europa, onde também teria frequentado festas de jogadores. O atleta afirmou que conhecia Eliza da época em que representava o Zaragoza, da Espanha. O ex-colega de Bruno disse não saber se o goleiro costumava sair com garotas de programa.

Também prestaram depoimento o zagueiro do Vasco Tite, que teria feito sinal de positivo para Bruno ao entrar na sala de depoimentos, e o zagueiro do Flamengo Rodrigo Alvim. Mais cedo, a presidente do Flamengo Patrícia Amorim, Zico e o jogador Leo Moura também prestaram depoimento. Ainda nesta tarde, o juiz Marco José Mattos Couto ouvirá Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão.

O goleiro Bruno Souza e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, chegaram no fim da manhã ao Fórum de Jacarepaguá para mais uma audiência de instrução e julgamento no processo de sequestro e lesão corporal movido pela ex-amante do atleta, Eliza Samudio, em outubro de 2009. Os dois foram transportados algemados em um furgão da Polinter, por volta de 11h30.

De acordo com o promotor Eduardo Paes, responsável pela acusação de sequestro e lesão corporal, a defesa não tem como negar as evidências da ocorrência dos crimes. Paes alega que as provas produzidas em 2009, quando Bruno e Macarrão teriam forçado a vítima a abortar, e os testemunhos já ouvidos pela promotoria serão suficientes para a condenação. Segundo ele, não é necessário que Eliza seja encontrada.

"A nossa lei não exige o descobrimento do corpo. O que a lei fala é em corpo de delito provas de que isso tenha ocorrido", afirma.

Para o promotor, a estratégia da defesa será apenas uma tentativa de abrandar a prena: "Eles podem tentar falar da personalidade das pessoas para tentar uma pena menor".

Se condenados pelos crimes julgados no Rio, Bruno e Macarrão podem pegar de 3 a 9 anos de prisão. Os crimes de sequestro e homicídio estão sendo julgados pela justiça mineira.

A audiência de instrução e julgamento desta sexta-feira prevê os depoimentos de 15 testemunhas de defesa, entre elas a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, o diretor de futebol do clube, Zico, além do jogador Leonardo Moura e do ex-atleta rubro-negro e treinador de futebol, Andrade.

O caso
Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno responderá como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação da atual amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

Com informações de O Dia





Fonte: Terra

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