Cerrado já perdeu mais da metade da vegetação original.
Mato Grosso e Bahia concentram os desmatamentos recentes no Cerrado
O novo plano de combate ao desmatamento do Cerrado, lançado hoje pelo Governo Federal, tem a difícil missão de frear a destruição de um dos biomas mais ameaçados do país. Com um ritmo de devastação de 14 mil quilômetros quadrados por ano, o Cerrado já perdeu quase metade de sua vegetação original.
O bioma, que ocupa 22% do território brasileiro, já perdeu quase 1 milhão de quilômetros quadrados, cerca de 48% de sua cobertura total. Somente entre 2002 e 2008, foram desmatados 85.075 quilômetros quadrados, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente.
O desmatamento recente no Cerrado está concentrado no oeste da Bahia – na divisa com Goiás e com Tocantins – e no norte de Mato Grosso. As áreas coincidem com as regiões produtoras de grãos e de carvão.
Em todo o bioma, a expansão das lavouras de cana-de-açúcar e de soja, além da produção de carvão e das queimadas (naturais ou provocadas), são os principais fatores de desmatamento. A pecuária também tem contribuição significativa para a destruição do Cerrado, principalmente por causa do modelo de produção extensivo, que chega a destinar mais de um hectare para cada boi.
A devastação do Cerrado também ameaça a oferta de recursos hídricos do país. Considerado “a caixa dá água do Brasil”, o bioma concentra as nascentes das bacias hidrográficas do São Francisco Araguaia-Tocantins e do Paraná-Paraguai.
A proteção do bioma é estratégica para que o governo brasileiro consiga cumprir as metas assumidas internacionalmente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa do país entre 36,1% e 38,9% até 2020.
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