Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Sexta - 10 de Setembro de 2010 às 15:25

    Imprimir


Reprodução
O governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), e o ex-governador Waldez Góes (PDT) foram presos pela PF
O governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), e o ex-governador Waldez Góes (PDT) foram presos pela PF

O presidente do Tribunal do Justiça do Amapá, desembargador Dôglas Evangelista Ramos, 67, assumiu hoje o governo do Estado após a prisão do atual governador.

Na manhã desta sexta-feira, o governador do Estado, Pedro Paulo Dias (PP), foi preso na operação Mãos Limpas, realizada pela Polícia Federal, que cumpriu 18 mandados de prisão por suspeita de desvios de repasses da União. Entre os suspeitos presos estão empresários, políticos e servidores do governo estadual.

O atual governador era vice de Waldez Góes (PDT), que deixou o governo em abril para concorrer ao Senado. O ex-governador também é um dos presos na operação realizada hoje.

Com a prisão de Pedro Paulo, na linha de sucessão estava o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Jorge Amanajás (PSDB), mas como ele concorre ao governo do Estado, se tornaria inelegível se assumisse o cargo. Amanajás foi uma das 87 pessoas que tinham mandados de condução coercitiva e foram ouvidos pela Polícia Federal sobre o desvio de recursos.

Natural de Barreiras (BA), o desembargador Ramos, que assume o governo, destaca em seu currículo que é um homem de origem humilde, foi sapateiro de profissão e se formou em direito pela UnB (Universidade de Brasília). Fez carreira no Judiciário de Rondônia e Amapá. Desde a saída de Góes, o desembargador vinha assumindo a função de vice-governador na ausência de Dias.

Segundo a Polícia Federal em Macapá, os presos na operação serão levados para Brasília às 17h.

De acordo com a PF, as investigações da operação revelaram indícios de um esquema de desvio de recursos da União que eram repassados à Secretaria de Educação do Amapá, provenientes do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental).

Durante as investigações, foi constatado que a maioria dos contratos administrativos firmados pela Secretaria de Educação não respeitava as formalidades legais e beneficiava empresas previamente selecionadas.

Apenas uma empresa de segurança e vigilância privada manteve contrato emergencial por três anos com a Secretaria de Educação, com fatura mensal superior a R$ 2,5 milhões, e com evidências de que parte do valor retornava, sob forma de propina, aos envolvidos.

Durante as investigações, constatou-se que o mesmo esquema era aplicado em outros órgãos públicos.

Segundo a PF, foram identificados desvios de recursos no Tribunal de Contas do Estado do Amapá, na Assembleia Legislativa, na Prefeitura de Macapá, nas Secretarias de Estado de Justiça e Segurança Pública, de Saúde, de Inclusão e Mobilização Social, de Desporto e Lazer e no Instituto de Administração Penitenciária. 






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/115976/visualizar/