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Meio Ambiente
Quinta - 09 de Setembro de 2010 às 08:38
Por: Tania Rauber

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Mato Grosso já contabiliza mais de 120 mil focos de calor este ano e lidera ranking dos que mais queimam no país.
Mato Grosso já contabiliza mais de 120 mil focos de calor este ano e lidera ranking dos que mais queimam no país.

Líder no número de queimadas, Mato Grosso é um dos 14 estados brasileiros em estado de emergência ambiental, decretado pelo Ministério do Meio Ambiente. Também estão na lista o Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Pará, Piauí, Tocantins, Bahia, Goiás e Minas Gerais.

Com a portaria, publicada no início desta semana, os estados podem contratar brigadistas para combater o fogo sem necessidade de licitação. Mas, para alguns, a medida veio tarde demais. Em Mato Grosso, de acordo com a Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Sema), equipes já foram contratadas para atuar neste período crítico.

Segundo o superintendente da Defesa Civil, major Agnaldo Pereira, as ações de combate ainda contam com apoio de 60 bombeiros e das brigadas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), que têm como prioridade proteger as áreas de preservação ambiental.

Porém, conforme ele, os incêndios nestes locais são minoria. Nos últimos 30 dias, foram 763 focos na região do Araguaia, nos Parques Nacionais de Juruena e Chapada dos Guimarães. "Do total de queimadas, apenas 2% ocorrem em unidades de conservação e estamos conseguindo combatê-las. Também damos prioridade aos incêndios em assentamentos ou propriedades que ficam nas proximidades dos parques para evitar que o fogo se alastre".

O problema maior, segundo Pereira, ocorre em assentamentos e grandes propriedades agropecuárias. "Não temos como colocar equipes em todas as propriedades do Estado. Então, sempre alertamos os produtores para que façam o trabalho preventivo e cuidem de suas áreas".

Além de destruir pastagens e plantações, muitos incêndios colocam em risco cidades inteiras. Como é o caso de União do Sul (719 km ao norte de Cuiabá). "Mandamos equipes para conter um incêndio que estava se aproximando da cidade. Hoje está contido, mas é preciso que as pessoas se conscientizem".

O trabalho feito em União do Sul não foi possível em Marcelândia, também localizada no Nortão, onde o fogo que começou nas proximidades da cidade se alastrou rapidamente chegando ao distrito industrial. As chamas consumiram indústrias e residências.

Criminosos - A estimativa da Defesa Civil é que 80% dos incêndios registrados no Estado sejam provocados pela ação do homem. Para o coordenador major Agnaldo Pereira, o maior problema é a falta de sensibilização da própria população. Ele ressalta que muitos querem aproveitar para limpar as propriedades nesta época, antes das chuvas, e acabam contribuindo para as grandes queimadas.

"Temos casos em que o fogo começa sozinho, mas são minoria. Agora, há muitos que colocam fogo neste período e devido o clima seco e os fortes ventos perdem o controle. Por isso sempre alertamos que não coloquem fogo em hipótese alguma".

Desde que começou o período de proibição, no dia 15 de julho, foram detectados 102.800 focos de calor nos 141 municípios mato-grossenses. O maior número em Vila Rica, que teve 4.953 incêndio, seguido de São Félix do Araguaia, com 4.531, Novo Santo Antônio, com 3.806, Paranatinga com 3.485 focos e Juara com 3.399.

As chuvas que caíram nas duas últimas semanas em algumas cidades contribuíram para controlar algumas queimadas de grande proporção. Uma delas na região Norte, nas redondezas de Peixoto de Azevedo, onde o fogo destruiu mais de 30 mil hectares de florestas e áreas de pastagens e plantações. Desde janeiro, o Estado registra 121.363 focos de calor, é o maior número do país. Pará é o segundo da lista, com 90.703 queimadas, seguido de Tocantins com 67.732, e Maranhão, com 32.943.





Fonte: A Gazeta

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