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Meio Ambiente
Quarta - 01 de Setembro de 2010 às 07:54
Por: Caroline Rodrigues

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Ministério do Meio Ambiente afirma que 67% dos focos estão em áreas privadas e terras indígenas
Ministério do Meio Ambiente afirma que 67% dos focos estão em áreas privadas e terras indígenas

As queimadas aumentaram quase 890% em Mato Grosso no mês de agosto em comparação ao mesmo período do ano passado. Os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram 65.537 focos de calor até o início da noite de ontem, sendo que em 2009 foram 6.627. Os números colocam Mato Grosso como líder no ranking de queimadas, com 27% do total de focos detectados no país. Conforme a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, mais de 67% das queimadas estão em propriedades privadas e terras indígenas, que usam o fogo para fazer manejo e perdem o controle.

No mês de julho, foram 14.297 focos, o que revela o crescimento de 358% no mês seguinte. A maior parte dos focos está em fazendas de pecuária, onde o costume é atear fogo para preparar o pasto. A ação é proibida pelos órgãos ambientais até o início das chuvas. Os municípios de Vila Rica (1.259 km a nordeste de Cuiabá) e Juara (709 km a médio-norte) foram os campeões da lista. O primeiro teve 3.228 focos e o segundo 2.581.

Fatores naturais como a alta temperatura, baixa umidade, incidência de ventos e acúmulo de matéria orgânica no solo contribuíram para o fogo sair do controle.

Desde o começo do ano, o Estado teve 94.709 focos de calor, sendo que no ano passado, até o final de agosto, eram 20.539, o que representa um acréscimo de 361%.

A previsão de chuvas fortes e em todo o Estado é para a 2º quinzena de setembro, mas os órgãos ambientais consideram o fim das secas a partir de novembro, quando a incidência passa a ser constante.

Investimentos - O Ministério do Meio Ambiente anunciou ontem investimentos para ações de combate ao fogo tanto em áreas de preservação como fora delas. Serão liberados mais R$ 20 milhões para o programa PrevFogo, coordenado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).

No Brasil, foram 388.158 focos de incêndio registrados pelo Inpe desde o começo do ano. No ano passado, foram 98.849 em 7 meses. O crescimento foi de 292%.

Preservação permanente - As áreas de preservação permanente do Pará e Tocantins estão entre as mais atingidas. No topo da lista estão a área do Araguaia (TO), com 4.875 focos, Triunfo do Xingú (PA), com 4.307, e Jamanxim (PA), com 1.694. Mato Grosso é citado em 10º lugar, na área de Meandros do Rio Araguaia, entre o Estado e Goiás, com 720 focos.

Outro lado - O secretário de Estado de Meio Ambiente, Alexander Maia, explica que mais de 40% dos incêndios no Estado acontecem em assentamentos e terras indígenas. Por este motivo, o órgão vai multar a Fundação Nacional do Índio (Funai) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Maia esclarece que o recurso de combate às queimadas foi duplicado este ano, mas as pessoas precisam se conscientizar.

Maia ainda questiona os dados do Inpe que colocam Mato Grosso em primeiro lugar no ranking de queimadas e diz que o Estado está em 5º lugar. Ele argumenta que se o número de focos for dividido pela extensão territorial do Estado, o Tocantins será líder.

Nos próximos meses, Maia relata que serão contratados novos brigadistas para combate ao incêndio. Eles vão agir principalmente na região do Pantanal, onde os pecuaristas, tradicionalmente, começam a fazer a queima para formar pasto em setembro.





Fonte: A Gazeta

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