Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Segunda - 30 de Agosto de 2010 às 18:38

    Imprimir


A indústria de autopeças no Brasil gastou o equivalente a 7,3% do faturamento no ano passado para corrigir falhas nos produtos. O chamado custo da "não qualidade", que chegou a R$ 5,5 bilhões, engloba problemas no projeto e na fabricação dos itens, de acordo com estudo do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores).

"É sempre uma somatória de pequenos problemas que dá um grande problema no fim", afirmou o presidente da entidade, Paulo Butori, após participar do simpósio da SAE Brasil realizado nesta segunda-feira. O percentual, no entanto, é inferior ao registrado em 2008 (7,6%) e em 2007 (8,2%).

O levantamento mostra ainda que, no primeiro trimestre deste ano, a capacidade ociosa efetiva de produção --medida pela utilização das máquinas por 24 horas nos sete dias da semana-- está preocupante nos segmentos de forjaria (10,8%), plástico (10,2%) e borracha (5,6%). Apenas três dos onze segmentos analisados apresentaram ociosidade superior a 20%. Com esse cenário, a maioria das empresas pesquisadas (87%) pretende investir na ampliação da capacidade, totalizando R$ 3,6 bilhões.

"Os defeitos que não podemos antever são aqueles relacionados ao processo, não ao design", disse a presidente da GM (General Motors) no Brasil, Denise Johnson, que também participou do evento, quando questionada sobre a repercussão do recall do Agile, anunciado na semana passada.

A executiva disse concordar com a opinião do presidente da Volkswagen no Brasil, Thomas Schmall, que também proferiu palestra no simpósio. Para ele, um dos motivos do crescente número de recall de veículos é a complexidade dos carros atuais, mais difíceis de serem testados, e a capacidade da indústria automotiva de encontrar os defeitos. "Somos muito mais avançados hoje para detectar as coisas mais cedo", ressaltou.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior está estudando ampliar o nível de regionalização das peças usadas nos carros produzidos no Brasil e na Argentina, atualmente em 60% do total. Devido a um acordo bilateral, os veículos fabricados na Argentina e vendidos no Brasil têm alíquota de importação zero ao atingir esse patamar, em vez dos 35% vigentes. "A ideia dos dois governos é aumentar o percentual de peças regionais [de um dos dois países] nos seus produtos", disse Paulo Bedran, diretor do ministério, durante painel no simpósio, mas sem revelar qual o novo nível proposto. 






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/117079/visualizar/