Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 27 de Agosto de 2010 às 18:27

    Imprimir


Membros do grupo Zetas, supostos responsáveis pelo massacre de 72 imigrantes no norte do México, teriam exigido resgate para a libertação de três dos quatro guatemaltecos que foram identificados entre as vítimas, denunciou nesta sexta-feira um dos familiares.

Daniel Boche, pai de uma das vítimas, disse hoje a jornalistas que, no último fim de semana, recebeu várias ligações de homens com sotaque mexicano, que lhe comunicaram que tinham sequestrado seu filho e seus dois genros, e exigiram US$ 2.000 de resgate.

Boche foi hoje à sede do Ministério de Relações Exteriores, onde lhe informaram que seu filho, Gelder Lizardo Boche Cante, de 17 anos, era um dos quatro guatemaltecos já identificados pelas autoridades mexicanas.

Entre as vítimas também se encontram Gilmar Augusto Morales Castillo, 22, e Hermelindo Maquin Huertas, 24, ambos genros de Boche.

Eles saíram da Guatemala no dia 9 de agosto, com a intenção de chegar aos Estados Unidos. Dois deles queriam chegar à Califórnia, onde têm familiares, enquanto que o destino final de Maquín era Nova York.

Os três eram do Departamento (Estado) de El Progreso, no norte do país.

O outro guatemalteco vítima da chacina foi identificado como Agustín Hernández Santos, e seus familiares ainda não entraram em contato com as autoridades.

A porta-voz da chancelaria guatemalteca, Andrea Furlán, disse que a cônsul-geral da Guatemala em Tijuana e o cônsul honorário em Monterrey colaboram com as autoridades mexicanas para identificar as vítimas.

"De forma oficial, foram identificados quatro guatemaltecos entre as vítimas, mas não descartamos que haja mais compatriotas, já que até agora só foram identificadas 31 pessoas", disse Furlán.

A Chancelaria informou que os corpos serão repatriados ao país por meio do Programa de Repatriação de Pessoas em Estado de Vulnerabilidade e Falecidos do Ministério de Relações Exteriores, que cobrirá as despesas, "até que sejam concluídas as investigações".

CRIME

A Marinha mexicana encontrou os 72 corpos nesta terça-feira (26), em uma fazenda perto da cidade de San Fernando, no Estado de Tamaulipas, norte do México e perto da fronteira com os Estados Unidos.

Um jovem equatoriano identificado como Freddy Lala Pomavilla teria sobrevivido ao massacre fingindo-se de morto. Ferido com um tiro na garganta, ele chegou a um posto da Marinha mexicana e contou às autoridades sobre o massacre de imigrantes brasileiros e equatorianos.

  Editoria de Arte / Folhapress/Editoria de Arte / Folhapress  

Freddy relatou que os estrangeiros foram sequestrados por um grupo criminoso, quando tentavam chegar à fronteira com os EUA. Os homens disseram pertencer ao grupo Los Zetas, e ofereceram trabalho como matadores de aluguel por US$ 1.000 quinzenais. Quando os imigrantes recusaram a oferta, os criminosos atiraram.

A Marinha foi até o local e entrou em confronto com o grupo. Pouco depois, encontrou os corpos no rancho. Segundo a polícia, as vítimas, que se acredita sejam migrantes da América Central e da América do Sul --incluindo quatro brasileiros--, parecem ter sido amarradas com os olhos vendados antes de serem enfileiradas em uma parede e mortas a tiros.

Fotografias mostram os corpos sujos de sangue amontoados no chão da fazenda no Estado de Tamaulipas, que se tornou palco dos mais graves episódios da violência relacionada às drogas no México, enquanto o cartel do Golfo e o grupo rival, os Zetas, disputam rotas de tráfico.

Forças de segurança mataram três homens armados e prenderam um outro quando eles se aproximavam da fazenda na quarta-feira, mas vários suspeitos escaparam durante o confronto. 






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/117358/visualizar/