José Roberto Arruda acusa Joaquim Roriz de pagar propina

Arruda disse ter ouvido da promotora de Justiça Deborah Guerner que Roriz lhe pagou R$ 2,4 milhões, divididos em três prestações de R$ 800 mil, para que não fosse investigado por supostas irregularidades em sua gestão.

A conversa entre Arruda e Deborah teria ocorrido na residência oficial do então governador, em Águas Claras (DF), no ano de 2009, em uma data não informada.

PROVA

Arruda não apresentou à Procuradoria nenhuma prova do que supostamente ouviu de Deborah. Roriz foi o padrinho político de Arruda. Eles agora são adversários políticos, e Roriz lidera as pesquisas de intenção de voto ao governo do Distrito Federal.

O depoimento, ao qual a Folha teve acesso ontem, foi prestado por Arruda no dia 2 de julho e também foi gravado em vídeo.

Arruda disse que Deborah era "portadora de uma ameaça" -de que os vídeos em que Arruda aparece recebendo dinheiro do seu ex-assessor, Durval Barbosa, viriam a público.

Arruda declarou que o dinheiro era uma contribuição de campanha, declarada à Justiça Eleitoral.

A assessoria de Roriz negou quaisquer pagamentos do gênero. Segundo a assessoria, Roriz não corria risco de ser investigado e, por isso, não faria sentido algum pagamento.

A promotora Deborah foi procurada por meio da assessoria do Ministério Público. Ela informou que estava em tratamento de saúde e recomendou que fossem procurados seus advogados --que receberam um e-mail da Folha reenviado pela assessoria, mas não deram retorno até o fechamento desta edição. Ao site da revista "Época" na internet, ontem, Deborah negou as acusações de Arruda.