A compra do veículo foi aprovada na sessão do TRE desta quarta-feira (19). O atentado contra Mendonça ocorreu em uma das principais avenidas de Aracaju. O desembargador estava em um carro do Tribunal de Justiça.
Apesar da resistência de Mendonça, as cúpulas das polícias Civil e Militar do estado já haviam decidido reforçar o aparato de segurança do magistrado. “Não podemos revelar muitos detalhes, por uma questão de segurança. Mas o novo esquema contará com itinerários diferentes e escolta permanente e vai se estender também a familiares do desembargador, além de outros magistrados da Justiça sergipana”, disse o delegado Júlio Flávio, responsável pela segurança do Tribunal de justiça do estado.
Segundo a Polícia Civil do estado, o atentado não teve um desfecho pior porque o desembargador reagiu ao ataque dos pistoleiros. Mendonça pegou a arma do motorista, uma submetralhadora, e revidou aos tiros. Mendonça disparou “três ou quatro tiros” com a arma, segundo a polícia.
Pela manhã, durante visita ao motorista no hospital onde ele está internado, Mendonça contou que pegou a arma quando começaram os disparos contra o carro. “Sou bom de dedo, declarou.
A Policia Civil já analisa também imagens de camêras de segurança de condomínios próximos da avenida onde ocorreu o atentado e do local onde foi encontrado o carro usado pelos atiradores.
Carro usado pelos atiradores no atentado contra o presidente do TRE-SE (Foto: Débora Santos/G1)
Policiais que tabalham nas investigações avaliam que houve "amadorismo" por parte dos atiradores, considerando a quantidade de munição gasta no atentado e as partes do veículo do desembargador atingidas pelos disparos.
Segundo o delegado Thiago Leandro Barbosa, responsável pelo inquérito do caso, cinco linhas de investigação estão sendo consideradas. O delegado afirmou que uma equipe de policiais está em Alagoas desde o dia do atentado para rastrear a origem do Honda Civic usado pelos atiradores. O carro foi encontrado queimado em Aracaju logo após o atentado.
Barbosa descarta motivação política para o crime. “A questão é pessoal, nada política”, disse ao G1. “O desembargador se dá bem com todos os políticos do estado. Ele conseguiu reunir no casamento da filha dele os dois eixos políticos de Sergipe.”
Investigação paralela
A Polícia Federal também abriu inquérito para apurar o crime contra o presidente do TRE. O trabalho da PF é uma investigação paralela em relação o trabalho da Polícia Civil sergipana, segundo informou o órgão nesta quinta-feira (19).
A PF tem como principal suspeito um pistoleiro da região, condenado, em 2007, pela Justiça Eleitoral pelo roubo de urnas eletrônicas no município de Canindé São Francisco, a cerca de 200 quilômetros de Aracaju. Na época, o desembargador Luiz Mendonça atuou no processo como promotor de Justiça.
Em outro caso ligado ao mesmo pistoleiro, suspeito de envolvimento no assassinato do deputado estadual Joaldo Barbosa, em 2003, o desembargador era secretário de Segurança do Estado.
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