O Irã foi punido por causa de seu programa nuclear em uma decisão tomada pela maioria dos membros do conselho. Na ocasião, o Brasil foi o único a votar contra as sanções.
Segundo Amorim, Lula assinou o documento “contrariado” porque o governo nunca apoiou a adoção de medidas de retaliação ao programa de enriquecimento de urânio do país comandado por Mahmoud Ahmadinejad. Com a assinatura do decreto, o Brasil passará adotar as restrições comerciais previstas ao Irã.
“O presidente Lula, como aliás havia sido dito desde o início que ocorreria, assinou o decreto internalizando a resolução 1929 do Conselho de Segurança, que é a resolução que expandiu as sanções contra o Irã”, disse o ministro.
Amorim explicou que o governo brasileiro aceitou a decisão porque “tem tradição” de cumprir decisões de organismos internacionais e defende o “multilateralismo”.
“O presidente Lula assinou o decreto porque tem a tradição de cumprir com as resoluções do Conselho de Segurança mesmo quando não concorde com elas, por ser fiel ao multilateralismo e por ser contra decisões unilaterais”, disse o ministro.
Apesar de justificar a internalização das sanções no Brasil, Amorim voltou a criticar a decisão da ONU de punir o país islâmico. Para o ministro, as punições estimulam o radicalismo ao invés de contribuírem para resolver o impasse. “Obviamente não cremos que o isolamento contribua para a solução pacífica da questão. O isolamento em geral contribui para mais radicalismo. O isolamento geralmente atinge os mais pobres, os mais vulneráveis”, disse.
Amorim afirmou também que a adoção de sanções não deve trazer grande modificação às relações comercial e diplomática do Brasil com o Irã. “Não atinge o agronegócio porque alimentos não estão incluídos. Na creio que haja nada que diretamente nos atinja no que nós estamos fazendo hoje”, disse. “Alguns bancos e algumas empresas que foram suspeitas de terem envolvimento com atividades nucleares há uma recomendação de que não haja negócio com elas”, explicou o ministro.
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