Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Domingo - 08 de Agosto de 2010 às 10:43

    Imprimir


Ao exigir do goleiro Bruno um exame de DNA para comprovar a suposta paternidade de seu filho, a estudante Eliza Samudio, desaparecida desde junho, recorreu a um comportamento cada vez mais comum no Rio de Janeiro. Por ano, o número de pedidos de teste aumenta cerca de 20% no Estado fluminense, de acordo com o Tribunal de Justiça do Rio. Atualmente, o Brasil é o segundo país com mais solicitações do exame - perde somente para os Estados Unidos.

Em 2004, a média mensal era de 400 perícias no Estado. Neste ano, subiu para 590 por mês. Em junho, por exemplo, houve mais de 1 mil agendamentos. Desde que foi criado, em 1997, o projeto DNA do TJ do Rio realizou 33.283 exames. "Não há custo para os pais. O serviço é gratuito para famílias carentes, e as mães são as que mais procuram", afirma a analista judiciária Zulima Alves Moragas, diretora do Departamento de Instrução Processual do TJ.

O programa, realizado em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), é custeado pelo Fundo Especial do TJ, que paga R$ 375 por exame que envolve o suposto pai, filho e mãe vivos. Em clínicas particulares, o mesmo procedimento não sai por menos de R$ 600. Se um dos pais for falecido, o custo sobe para R$ 990. O teste tem 99,99% de precisão. Todos os exames são feitos no Laboratório de Diagnósticos da Uerj.

Em 14 anos, o maior centro de referência carioca na área e um dos mais avançados do País realizou mais de 40 mil perícias com mais de 130 mil indivíduos. Por ano, são cerca de 6,5 mil exames de DNA. "99% são exames para confirmar a paternidade e garantir a um dos cônjuges o direito de exigir o pagamento da pensão aos filhos. O restante é criminal", diz o diretor do laboratório, Elizeu Fagundes de Carvalho.

Segundo ele, a paternidade é confirmada em 80% dos casos. "A mulher nunca erra quem é o pai da criança. Ela sempre sabe".

Ampliação no interior
O projeto DNA chegará a mais três núcleos regionais no interior do Estado do Rio de Janeiro para ampliar o serviço a quem não tem condições financeiras de se deslocar até a capital. A partir de setembro, as comarcas de Angra dos Reis, Cabo Frio e Petrópolis começarão a fazer a coleta de material genético para o exame - a saliva, no caso de crianças, e sangue em adultos. Com a implantação dessas três últimas, todos os 92 municípios fluminenses estarão atendidos pelo programa judicial.

A próxima meta do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Luiz Zveiter, é levar o "DNA móvel" aos municípios onde o TJ não tem instalações físicas e, dessa forma, tentar reduzir o número de desistências. No ano passado, dos 6.877 exames agendados, 2.924 deixaram de ser feitos porque um dos pais não compareceu ao posto de coleta.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/119754/visualizar/