Lua pode ser seca, sugere estudo com medição de cloro
O interior da Lua pode não conter água no final das contas, apesar de estudos recentes terem sugerido a existência do líquido.
Por décadas, após os astronautas da Apollo terem pousado em uma superfície lunar desolada, a Lua foi considerada seca. Mas essa visão começou a mudar em 2008, quando pesquisadores descobriram água dentro de esferas minúsculas de rocha vulcânica vítrea em concentrações semelhantes àquelas encontradas em rochas vulcânicas terrestres.
Nasa |
Embora indícios de água na Lua tenham sido encontrados em 2008, um novo estudo sugere que o astro sempre foi seco |
Agora pesquisadores liderados por Zachary Sharp, da Universidade do Novo México, em Albuquerque, afirmam que medições de cloro em uma dúzia de amostras colhidas nas missões Apollo sugerem que o interior da Lua sempre foi seco. A Terra contém entre 10 mil e 100 mil vezes mais água que a Lua.
O cloro está disponível em dois isótopos estáveis (cloro-35 e cloro-37). A equipe de Sharp descobriu que a versão mais pesada do elemento é mais abundante em amostras da Lua que na Terra, sugerindo que as rochas lunares se formaram em um ambiente muito seco.
Isso porque átomos de hidrogênio contidos em água ligam-se rapidamente com o isótopo pesado do cloro, formando gás de ácido hidroclórico, que sobe em direção ao espaço, deixando para trás uma maior quantidade do isótopo mais leve.
Acredita-se que a Lua tenha sido formada por destroços de uma colisão entre um objeto do tamanho de Marte e a Terra há 4,5 bilhões de anos. Segundo Sharp, à medida que a Lua fundida cristalizou-se até formar uma rocha, quantidades mínimas de água teriam se concentrado cada vez mais em quantidades menores de magma líquido.
Esse magma rico em água chegou à superfície por meio de erupções, pois era rico em compostos voláteis. Os astronautas da Apollo podem ter coletado esse magma na forma de bolhas de vidro vulcânico. É possível, no entanto, que esse magma não seja representativo da Lua.
Ainda é cedo para definir a questão da água na Lua. É preciso estudar mais amostras, principalmente de áreas ainda não estudadas pela Apollo ou por missões robóticas. O estudo foi publicada na revista "Science".
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