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Ciência/Pesquisa
Sexta - 30 de Julho de 2010 às 17:44

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A seleção artificial que gerou as raças de cachorros domésticos fez com que seus cérebros girassem para frente e realocassem um de seus componentes fundamentais.

Michael Valenzuela e sua equipe da Universidade de Nova Gales do Sul, em Sydney, Austrália, usaram um scanner cerebral para observar o cérebro de dois cachorros vivos e 11 cachorros recém-abatidos.

Os cachorros provinham de diversas raças, cruzadas ao longo de milhares de anos para ter, entre outras características, focinhos de tamanhos diferentes.

Os pesquisadores descobriram que os cachorros com focinhos curtos tinham cérebros rotacionados para frente em até 15 graus. Eles também observaram que o lobo olfativo, que processa o sentido do olfato, estava desviado para baixo.

"À medida que a cabeça ou a forma do crânio de um cachorro ficas mais achatadas (mais parecidas com um cão da raça pug, por exemplo) o cérebro gira para frente e o centro de olfato do cérebro move-se mais para baixo para a posição mais baixa do crânio", diz Valenzuela. "Isso ainda não foi documentado em outras espécies."

"Esse é o primeiro trabalho a sugerir que a criação de raças com o intuito de atingir determinadas características físicas tem também um impacto na organização do cérebro", diz Liza Collins, do Colégio Real Veterinário em Hatfield, no Reino Unido.

O resultado poderia explicar por que cachorros com focinhos longos são melhores em trabalhos que exigem bom faro comparados a cachorros com focinhos curtos.

Mas Collins diz que ainda não se sabe que efeito tal reorganização do cérebro teria na saúde de diferentes raças.

O estudo foi publicado na revista especializada de acesso livre "Plos ONE". 






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