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Ciência/Pesquisa
Terça - 27 de Julho de 2010 às 11:34

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Estudo inédito do Instituto Butantan, em São Paulo, demonstrou pela primeira vez a forma com que a toxina hemorrágica presente no veneno da jararaca se liga aos vasos sanguíneos.

A descoberta pode auxiliar a desenvolver novos medicamentos que evitariam amputações de membros.

Patrícia Santos/Folhapress-04.set.2001
A cobra brasileira jararaca-ilhoa; pesquisadores do Instituto Butantan desvendam mecanismo hemorrágico de seu veneno
A cobra brasileira jararaca-ilhoa; pesquisadores do Instituto Butantan desvendam mecanismo hemorrágico de seu veneno



O estudo é de ampla utilidade, já que as picadas de jararaca representam 90% do total de acidentes com serpentes no Brasil, segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

Segundo a pesquisa, a substância se fixa às proximidades dos vasos, comprometendo sua integridade e induzindo o sangramento local, que se constitui um dos principais sintomas do envenenamento por jararacas.

"Quando ocorrem acidentes com jararacas, há dois tipos de sintomas: os locais, que ocorrem no local da mordida, e os generalizados, que acometem o organismo como um todo", explica a pesquisadora Ana Maria Moura, uma das responsáveis pelo estudo.

ANTIOFÍDICO

"O soro antiofídico produzido em cavalos é capaz de neutralizar os efeitos sistêmicos, impedindo a morte do paciente, mas não consegue reverter os efeitos locais tais como a hemorragia, que podem resultar em seqüelas graves como a amputação do membro afetado", completa ela.

A descoberta pode auxiliar no tratamento oferecido em casos de acidentes envolvendo esse tipo de serpente. Isso porque, a partir do conhecimento de como a toxina age, será possível utilizar inibidores capazes de impedir sua atuação. Para isso, entretanto, são necessários estudos complementares.

A pesquisa contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e foi publicada na revista clínica americana de doenças negligenciadas "PLoS Neglected Tropical Diseases".

Também participaram do estudo pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA).

"É importante lembrar que o soro antiofídico existente continuará a ser utilizado. A idéia é aplicar inibidores que "ataquem" diretamente toxinas responsáveis pelos danos locais, barrando os efeitos hemorrágicos causados por esse tipo de acidente", diz Cristiani Baldo, que também participou da pesquisa. 






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