A técnica permite que pacientes tetraplégicos ou vítimas de derrames que mantêm a consciência intacta, mas perdem totalmente a mobilidade, usem um dispositivo no nariz para captar a intensidade da fungada e identificar comandos.
Segundo o estudo dos pesquisadores do Instituto Weizmann, de Israel, uma mulher de 63 anos, que ficou tetraplégica em consequência de esclerose múltipla, conseguiu escrever um texto pela primeira vez em dez anos e hoje já consegue usar o dispositivo para surfar na internet e mandar e-mails.
Outra mulher, de 51 anos, vítima de um derrame havia sete meses, era incapaz de se comunicar com o piscar dos olhos, por não ter o controle total das pálpebras, mas conseguiu usar o dispositivo para escrever textos e iniciar a comunicação com familiares.
Em outro teste, um homem de 30 anos, tetraplégico havia seis anos, após um acidente de carro, conseguiu usar o dispositivo para dirigir uma cadeira de rodas elétrica em uma distância de 30 metros, com várias curvas de 90 graus. Seu desempenho, após três tentativas, foi semelhante ao conseguido por pessoas sem deficiências.
Dispositivo
O dispositivo detecta pequenas mudanças na pressão produzida pela pessoa ao abrir ou fechar o palato mole, a parte de trás do céu da boca que controla a passagem de ar pelo nariz, e os transforma em sinais elétricos.
Esses sinais podem ser usados tanto para escolher letras do alfabeto para escrever textos quanto para controlar dispositivos de maneira semelhante à de um joystick ou de um mouse.
Os pacientes que participaram dos testes conseguiram escrever textos a uma velocidade que variou entre 20 segundos e um minuto por letra, mais rapidamente do que a conseguida por meio da comunicação com o piscar dos olhos, por exemplo.
Os cientistas partiram da hipótese de que as vítimas paralisadas por acidentes, doenças ou derrames mantêm intacta a capacidade de fungar e de controlar a intensidade da fungada.
Após os testes, os cientistas concluíram que a técnica “provê um meio de controle que é rápido, preciso, robusto e altamente conservado após lesões graves”.
O estudo foi publicado na última edição da revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
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