Desmate em MT cai pelo terceiro mês
Mato Grosso reduziu o ritmo do desmatamento da Floresta Amazônica pelo terceiro mês consecutivo, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). De acordo com o último boletim Transparência Florestal, em junho, o Estado foi responsável pelo desmate de 17,2 km2, 10% do total registrado no período. Além de vir numa sequência decrescente desde abril, o número põe Mato Grosso, costumeiro primeiro lugar nos rankings de desmate, atrás de Pará (67%) e Amazonas (13%).
Em abril, Mato Grosso foi responsável por pouco mais de 38 dos 65 km2 de área devastada na Amazônia Legal, uma participação de 59%. Em maio, tanto a dimensão dos danos quanto a participação do Estado no cômputo total caíram: o desmate mato-grossense ficou em quase 25 km2, o que representou uma participação de 26% nos 96 km2 devastados em toda a Amazônia Legal naquele período.
Por fim, o número de junho confirma uma tendência de redução da participação de Mato Grosso nos danos à cobertura vegetal. Tanto que nenhum município mato-grossense aparece na lista dos principais desmatadores, o que é raro acontecer.
De modo geral, entretanto, as imagens de satélites analisadas pelo Imazon detectaram aumento nos danos à floresta. Os 172 km2 desmatados em junho representaram um aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2009. E também houve aumento em relação aos danos acumulados no período de um ano, entre agosto de 2009 e junho de 2010, quando foram desmatados 1.333 km2 - no mesmo período entre 2008 e 2009, foram 1.234 km2, uma diferença de 8%.
O boletim do Imazon também relaciona desmatamentos detectados em áreas como terras indígenas e unidades de conservação, mas o ritmo decrescente do deflorestamento não provocou em números muito expressivos para Mato Grosso.
O Imazon não destaca, por exemplo, nenhum processo de desmatamento em unidades de conservação mato-grossenses, seja estadual ou federal. Já na lista das seis terras indígenas mais afetadas pelo desmatamento na Amazônia Legal, aparece apenas uma unidade mato-grossense dividindo a última posição com uma amazonense: Areões, em Água Boa (a 730 km de Cuiabá), tendo registrado 0,2 km2 de desmate. A atividade desmatadora em áreas como terras indígenas rendeu polêmica na última semana, quando o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) apontou que, somente no segundo semestre de 2009, as terras indígenas mato-grossenses perderam 317,2 mil hectares de extensão, enquanto as Unidades de Conservação Estaduais tiveram a vegetação subtraída em 315,3 mil ha – áreas consideradas protegidas e que somam 19 milhões de ha em Mato Grosso.
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