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Ciência/Pesquisa
Sexta - 23 de Julho de 2010 às 10:27

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Um mistério ainda faz os paleontólogos coçarem a cabeça: por que a chamada megafauna, bichos gigantes como o superurso argentino, sumiram no fim da Era do Gelo? Uma análise preliminar põe a culpa no clima.

A equipe de Gisele Winck, da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), não estudou diretamente os carnívoros, mas sim os grandes herbívoros da época, como mastodontes, preguiças-gigantes e parentes enormes dos atuais tatus, que podiam ter o tamanho de um Fusca.

Eles cruzaram dados sobre a distribuição geográfica das espécies com simulações de computador que ajudam a prever o clima e o tipo de vegetação América do Sul afora durante o auge da Era do Gelo, há uns 15 mil anos. Depois, as mesmas simulações indicaram como ficou a vegetação quando o frio passou.

O veredicto: os bichões herbívoros tinham preferência por ambientes sem floresta e secos. Seu habitat teria encolhido quando a umidade e a floresta cresceram, até que sumiram, levando junto carnívoros que os comiam.

Um dado, porém, pode complicar essa explicação. Há indícios de que, na Amazônia, a megafauna vivia em ambientes de mata fechada.

Leonardo Avilla, paleontólogo da Unirio, aponta que ainda há relativamente poucos dados amazônicos sobre a questão. "E as datas de lá giram em torno de 45 mil anos, ou seja, são mais recentes que as que interessam. Precisamos de mais dados e de refinar as análises." 






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