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Cultura
Quarta - 21 de Julho de 2010 às 12:50
Por: Edivaldo de Sá

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Fachada da Igreja Matriz de Sant’ana
Fachada da Igreja Matriz de Sant’ana

Um dos mais tradicionais eventos religiosos do município de Nortelândia e da região do Médio-Norte, a festa da padroeira Nossa Senhora Sant’ana começa no próximo dia 17 de Julho e durante 10 dias várias atividades irão movimentar a cidade, como leilões, missas, alvoradas, shows e bailes. O encerramento será com uma procissão pelas ruas da cidade no dia 26 de Julho, quando todos se reúnem para conhecer também os chamados novos festeiros escolhidos para o ano seguinte.

A Festa de Sant’ana é conhecida por reunir ex-moradores e filhos da cidade, que aproveitam o evento para matar saudade de parentes e amigos, relembrar os velhos tempos e se interagir com a população. A cada ano os festeiros buscam incluir na programação da festa uma novidade, que este ano fica por conta de uma expedição formada por jipeiros denominada Passeio Ecoturístico.

 

Nos áureos tempos da extração mineral, principal atividade econômica da cidade, a noite com maior movimento era a dos Garimpeiros, com o fim do garimpo, nos dias atuais a noite com maior expectativa é a dos Filhos e Amigos de Nortelândia, quando os antigos moradores que deixaram a cidade em busca de oportunidades de emprego, retornam para encontrar parentes e amigos, provocando um grande movimento na cidade.

 

A festa também é responsável por aquecer a economia nesta época do ano, movimentando o setor de alimentos, hotelaria, postos de gasolina, lanchonetes e bares. O dinheiro arrecadado com o leilão de prendas é doado para a Igreja Matriz de Sant’ana que utiliza os recursos para manutenção da paróquia.

 

A cidade está toda sendo preparada pela administração municipal para receber os visitantes e turistas que irão lotar a cidade. A prefeitura está sinalizando todas as ruas e avenidas, os postes de iluminação estão sendo decorados e uma limpeza está sendo feita em todo o perímetro urbano. O prefeito municipal, Neurilan Fraga, disse que é sempre motivo de muita alegria poder receber as pessoas para celebrar a amizade, a paz e a devoção a padroeira da cidade. Ele disse que a administração está fazendo a sua parte para deixar a cidade ainda mais bonita e acredita que neste ano um número maior de visitantes virão comemorar os 51 anos da padroeira. “A cada ano os organizadores trazem seus amigos das cidades onde vivem, muitos se deslocam de fora do estado para prestigiar a festa e conhecer as belezas e alegria da cidade” destacou ele. 

 Veja aqui a programação da festa.

 

 Veja aqui o nome de novenários e coordenadores das noites.

Veja aqui os festeiros de 2010.

 

História da Festa de Sant"ana

TRADIÇÕES RELIGIOSAS

 

IGREJA MATRIZ SANTANA

Segundo Joana Gomes Pereira (Dona Miúda)

 

            Não se tem a data especifica de quando foi o primeiro festejo religioso, em beneficio, para se construir a Igreja matriz em Nortelândia, sabe-se que não houve festas nos anos de 1956, 1957 e 1958 e que a partir de 1959 se perpetuou à tradição oficial da festa de Santana.

            Importante frisar que Santa Ana não é Nossa Senhora, pois Nossa Senhora e denominação à Maria, mãe de Jesus. Santa Ana é mãe de Nossa Senhora e avó de Jesus.

            O primeiro alicerce para a igreja foi construído pelo prefeito Francisco Andrade.

A primeira imagem de Santa Ana foi doada pelo prefeito Marcelino Balbueno (Paraguai) e com a presença da imagem eram realizados os festejos; e as missas eram realizadas nas casas de moradores devotos, um deles Senhor Enoc Bandeira.

Quem celebrava as missas em Nortelândia era o Padre José Lago da Rocha, pároco de Arenápolis. Já por volta de 1959 já estava por aqui o Padre Agostinho Kist, que por sinal entrou em atrito com a comissão da 1ª Festa de Santana organizada.

A imagem de Santana que hoje existe foi comprada em 26 de fevereiro de 1959 e batizada junto com o primeiro sino durante a festa que se realizou de 17 a 26 de Julho de 1959, sendo que as novenas e leilões realizaram-se na residência do Sr. Maximiano Leite e a missa do dia 26 em um Galpão improvisado no espaço físico onde futuramente seria a praça Central.

A idéia original era que a Igreja fosse construída onde hoje é a praça Edgar Araújo, no entanto a maioria dos devotos opinou para seu local fosse onde ela esta hoje.

A construção da Igreja deu-se início em 1960, logo depois, já na paróquia de Nortelândia, temos a presença do Padre José Conti, que também recebeu dinheiro em grande importância, em forma de doação, de sua família da Itália para construção da casa paroquial.

Em 1965 chega em Nortelândia a presença significativa de Padre Mathias Orth, que já em 1966 sugeriu a primeira ampliação da Igreja.

Dessa data até então varias personalidades colaboraram para que nos dias de hoje tenhamos o importantíssimo templo religioso que homenageia Santana.

 

 

Igreja Matriz Nossa Senhora Sant’ana em Nortelândia cidade  sede de município e de Comarca de Primeira Entrância, próxima ao Chapadão do Parecis.

  Nortelândia tem 1.350,78  km² e faz limites com Diamantino, Nova Marilândia, Arenápolis e Alto Paraguai.  O município tem 6.273 habitantes e sua taxa de crescimento populacional proporcional entre julho de 2008 e julho deste ano foi negativa (- 1,51%). O Produto Interno Bruto é de R$ 35.780.000 e a renda per capita de R$ 6.934. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,718 numa escala de zero a um.

 Ex-Distrito de Paz de Diamantino, Nortelândia emancipou-se daquele município em 16 de dezembro de 1953. No passado, a base de sua economia foi o garimpo de diamante, com pequeno ciclo de extração de poaia e látex. Atualmente a pecuária é o pilar econômico.

 Distância de Cuiabá: 252 km pelas rodovias pavimentadas MT-240 e BR-364, via Diamantino, Nobres, Rosário Oeste, Jangada e Acorizal.

 Hidrografia: Divisor das Bacias Amazônica e do Prata. Para a primeira, contribui o rio Preto, da calha do Juruena. E para a outra, os rios Paraguai e Santana formador.

 

 MEMÓRIA

 

 A história de Nortelândia se divide em duas fases distintas: uma anterior à vila de Santana dos Garimpeiros – o primeiro nome do lugar – e a outra, a partir de 1936, quando José Lúcio de Oliveira, o Macaúba, fundou Santana dos Garimpeiros nas barrancas do rio Santana, onde décadas antes foram exploradas as lavras de diamante de São Joaquim.

 Em 1936, o garimpo ganhou com força, com muitos garimpeiros “bamburrando” (no jargão dos baixões significa pegar pedras de grande valor comercial). Nessa época, o  pioneiro Macaúba lançou as bases do núcleo urbano de Santana dos Garimpeiros, que não passava de casebres toscos e sem nenhuma preocupação urbanística. O nome primitivo era alusão ao rio Santana e aos garimpeiros que trabalhavam em seu leito.

 Com a emancipação a denominação foi alterada para Nortelândia, como homenagem aos nordestinos, sobretudo baianos, maranhenses e cearenses que garimpavam na região.  O termo “Norte” foi empregado erroneamente, porque a base da população local era constituída de nordestinos, que à época eram chamados de nortistas. O sufixo “lândia” completa o nome: terra nos nortistas.

 





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