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Internacional
Terça - 20 de Julho de 2010 às 17:30

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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou nesta terça-feira que o governo deve nomear um membro para a junta diretiva da TV opositora privada Globovisión.

No dia 14 de junho, o governo venezuelano alegou problemas de liquidez e interveio no Banco Federal, de propriedade de Nelson Mezerhane, que também é acionista da Globovisión.

Na semana passada, Chávez disse que Mezerhane tem pelo menos 300 empresas, "inclusive a Globovisión". Delas, o Estado venezuelano deve se apoderar dos bens para se ressarcir do custo de compensação aos clientes do Banco Federal.

"Esse senhor Mezerhane tem uma empresa, que está sob intervenção agora, que tem 20% das ações da Globovisión, e outra que tem 8,5%", disse Chávez, segundo o jornal venezuelano "El Nacional". "Agora, nos próximos dias, a junta interventora está obrigada a designar um representante na junta diretiva da Globovisión, porque agora nós temos 28,5% das ações, e isso nos dá o direito."

"Há outros 20% [de ações da Globovisión] que estão no ar", acrescentou. "Porque a concessão foi dada a uma pessoa que morreu, e as concessões não são hereditárias. (...) Então temos 48,5% das ações."

Segundo o site da Globovisión, Chávez esclareceu que não cabe a ele indicar o representante do governo na direção da TV, mas ele recomendou possíveis nomes--o apresentador do programa "La Hojilla", Mario Silva, e o apresentador de "Papeles de Mandinga", Alberto Nolia.

No dia 1º, o Ministério Público da Venezuela emitiu uma ordem de prisão contra Mezerhane. A Justiça venezuelana já tinha emitido uma proibição de saída do país contra Mezerhane e outros 17 diretores do Banco Federal, que recebeu intervenção estatal em 14 de junho pelo governo de Hugo Chávez. O governo alegou que a instituição atravessava uma séria crise econômica agravada por uma importante falta de liquidez.

O Banco Federal é uma instituição privada de médio porte.

Mezerhane também é um dos diretores da emissora Globovisión, muito crítica ao governo de Chávez e cujo presidente, Guillermo Zuloaga, também teve a prisão decretada pela Justiça por suposta "usura" e associação para delinquir.

Zuloaga, por enquanto, está foragido da Justiça. Ele, assim como Mezerhane, assegurou que as acusações judiciais respondem a "pressões" políticas por parte do governo devido à linha editorial da Globovisión.

Chávez rejeitou as críticas, negando que se trate de uma perseguição contra a emissora. "Não é pelo canal, não é por nada, simplesmente este banco quebrou e estavam lidando irresponsavelmente com o dinheiro público", disse Chávez recentemente. "Estão fugindo por algum motivo. Quem não deve, não teme", completou.

ZULOAGA

A polêmica em torno da emissora Globovisión inclui também seu presidente, Guillermo Zuloaga, que nos últimos dias recorreu à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para "buscar justiça".

"Viemos buscar a justiça que não encontramos na Venezuela", disse Zuloaga nesta sexta-feira em Washington, em um contato com a Globovisión. "Como é público e notório, o presidente Chávez ordenou nossa detenção", acrescentou.

"Ratifico a todos nossos telespectadores que não descansarei em nenhum momento pelos princípios e valores de nosso país. Contem comigo onde quer que eu esteja."

Zuloaga e seu filho foram formalmente acusados no dia 29 de junho pela Promotoria venezuelana pelos crimes de "usura" e associação para o crime, que contemplam penas de um a cinco anos de prisão.

PRISÃO

No começo de junho, um tribunal de Caracas emitiu ordem de prisão contra o presidente da Globovisión, meio que mantém uma linha editorial muito crítica ao governo do presidente Hugo Chávez, e seu filho pelo crime de usura, do qual ambos foram acusados em 2009 pelo suposto armazenamento irregular de 24 veículos.

Em declarações por telefone à Globovisión, Zuloaga explicou que não se entregará à Justiça e garantiu que tanto ele quanto a Globovisión são vítimas da "injustiça e a perseguição do governo de Chávez".

O empresário, de 67 anos, tem vários casos abertos na Justiça e estava proibido de deixar o país, já que em março foi acusado de divulgar informações supostamente falsas e de ofender o presidente venezuelano.

O presidente Chávez refutou as críticas e garantiu que a decisão da Justiça nada tem a ver com a linha editorial da Globovisión, que por sua vez tem vários processos abertos e foi ameaçada de fechamento em várias ocasiões.

COM AGÊNCIA DE NOTÍCIAS 






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