Técnicos discutem Plano Estratégico de Ação do Sistema Aquifero Guarani
Nesta quarta-feira (21.07), representantes da Agência Nacional de Águas (ANA), Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e da Superintendência de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), se reúnem em Cuiabá para discutir a implementação do Programa Estratégico de Ação do Sistema Aquífero Guarani (PEA-SAG). A reunião vai acontecer na sede da Sema, às 15h.
Na reunião o representante da SRHU/MMA fará a apresentação dos resultados e instrumentos de gestão definidos no Programa Estratégico de Ação do Aquífero Guarani (PEA-SAG), aprovado pelos países que integram o sistema - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Logo a seguir, o representante do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) apresentará a proposta da Rede de Monitoramento de Água Subterrâneas (Rimas).
Os técnicos da Sema farão uma apresentação demonstrando em que estágio se encontra a implementação do Sistema de Informação e Rede de Monitoramentos de Recursos Hídricos em Mato Grosso e o representante da Agência Nacional de Águas (ANA), falará sobre as estratégias de implementação integrada do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) e da Rede de Monitoramento de Águas Subterrâneas.
PLANO ESTRATÉGICO DE AÇÕES - O Plano Estratégico de Ações (PEA) foi construído de forma participativa, por meio da realização de diversos seminários temáticos e oficinas, por técnicos nos níveis federal, estadual e municipal, universidades e sociedade civil dos quatro países envolvidos.
No Plano Estratégico estão detalhadas várias ações propositivas a serem realizadas buscando atender os objetivos de preservação e uso adequado do Sistema Aquífero Guarani. Essas discussões foram incorporadas no Programa Nacional de Águas Subterrâneas - PNAS, Programa VIII do Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH
AQUÍFERO GUARANI – O Aquífero Guarani é o maior manancial de água doce subterrânea do mundo. Localizado na região centro-leste da América do Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de longitude oeste, ocupando uma área de 1,2 milhões de Km², estendendo-se pelo Brasil (840.000l Km²), Paraguai (58.500 Km²), Uruguai (58.500 Km²) e Argentina (255.000 Km²).
Sua maior ocorrência se dá em território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Esse reservatório de proporções gigantescas de água subterrânea é formado por derrames de basalto ocorridos nos Períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo Inferior (entre 200 e 132 milhões de anos). É constituído pelos sedimentos arenosos da Formação Pirambóia na Base (Formação Buena Vista na Argentina e Uruguai) e arenitos Botucatu no topo (Missiones no Paraguai, Tacuarembó no Uruguai e na Argentina).
A espessura total do aquífero varia de valores superiores a 800 metros até a ausência completa de espessura em áreas internas da bacia. Considerando uma espessura média aquífera de 250 metros e porosidade efetiva de 15%, estima-se que as reservas permanentes do aquífero (água acumulada ao longo do tempo) sejam da ordem de 45.000 Km³.
O Aquífero Guarani constitui-se em uma importante reserva estratégica para o abastecimento da população, para o desenvolvimento das atividades econômicas e do lazer.
Sua recarga natural anual (principalmente pelas chuvas) é de 160Km³/ano, sendo que desta, 40 Km³/ano constitui o potencial explotável sem riscos para o sistema aqüífero
As águas em geral são de boa qualidade para o abastecimento público e outros usos, sendo que em sua porção confinada, os poços tem cerca de 1.500m de profundidade e podem produzir vazões superiores a 700m³/h.
A importância desse aquífero não reside apenas em sua extensão ou sua grande capacidade de armazenamento de água subterrânea, mas também à área de sua ocorrência, pois se trata de região com grande demanda pelo recurso hídrico.
Participam da reunião o diretor de Gestão da Agência Nacional de Águas, Paulo Lopes Neto; o consultor da SRHU para o SAG, Luiz Amore e Humberto José de Albuquerque, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
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