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Brasil Eleições 2012
Segunda - 19 de Julho de 2010 às 15:39

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A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, defendeu o PT no caso do mensalão, em entrevista nesta segunda (19), por telefone, à rádio Grande Rio FM de Petrolina (a 780 km de Recife).

"Não concordo com essa pecha de querer dizer que todos [do PT] participaram do mensalão", disse. "Não participaram, foram apenas meia dúzia que fizeram essa derrota", declarou ela. "E, hoje, eles estão sendo investigados e devem ser punidos."

Segundo a candidata, "a maior parte das pessoas que estão no governo não é corrupta". Marina era filiada ao PT e comandava o Ministério do Meio Ambiente em 2005, quando surgiram as denúncias do mensalão.

Na entrevista, transmitida para cerca de 30 municípios do sertão, a presidenciável disse ainda que manterá o Bolsa Família e a estabilidade econômica. "Uma pessoa como eu, que foi analfabeta até os 16 anos, trabalhou como doméstica, trabalhou na roça, trabalhou na seringa, passou fome junto com a família, sabe valorizar as conquistas", declarou.

TRANSGÊNICOS

Questionada sobre os transgênicos, Marina defendeu a implantação no Brasil de "um modelo de coexistência" entre a soja natural e a transgênica, alegando questões de mercado.

"Queria os dois modelos porque o Brasil poderia ganhar duas vezes", disse ela, referindo-se à possibilidade de ganhos com a exportação tanto de produtos convencionais como de geneticamente modificados. "O mercado da Europa é enorme. Na Argentina, na Índia, no México, nos EUA, já está tudo contaminado", afirmou, referindo-se às lavouras de soja transgênicas. "Só o Brasil poderia ter as duas coisas [soja convencional e transgênica] e ganhar dos dois lados", disse.

"Mas temo que isso não seja mais possível, porque aprovaram uma lei que favorece uma tecnologia que nós não dominamos [a transgênica] em prejuízo a uma que nós conhecemos [convencional]", disse.

A candidata do PV negou ter provocado danos ambientais ao conceder, quando ministra, licença para as obras de transposição das águas do rio São Francisco.

"Não fui eu quem tomou a decisão [de fazer a obra]", afirmou. "Dei viabilidade ambiental a uma decisão tomada", declarou. "A decisão que tomei, de dar o licenciamento, foi em cima de critérios. Tanto é que, em muitos momentos, fui criticada porque estava demorando."

Marina defendeu a criação de um plano de desenvolvimento sustentável para a caatinga como forma de viabilizar a indústria do gesso, uma das principais empregadoras da região, mas que ainda utiliza madeira extraída da caatinga em seus fornos.






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