Fuga de cérebros do Brasil tem via na contramão
Após carreira de sucesso em um país com tradição acadêmica, um cientista se muda para o Brasil e se torna referência na sua área. Essa trajetória, que pode parecer incomum, é compartilhada por alguns pesquisadores.
Para saber o que trouxe alguns desses cientistas ao país --tradicional exportador de cérebros-- a Folha conversou com quatro deles e ouviu suas impressões sobre a ciência nacional.
Se o escritor britânico G. K. Chesterton estava certo ao dizer que é impossível conhecer uma catedral observando-a apenas de dentro, eles estão em posição invejável para comparar a pesquisa brasileira com a estrangeira.
Todos se dizem realizados e otimistas por fazer parte de um período de desenvolvimento acelerado da ciência nacional. Entre os pontos negativos, destacam a burocracia excessiva no país e a falta de valorização do mérito, além do ensino básico ruim.
Não se sabe quantos são os cientistas de vanguarda estrangeiros no país. O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) não tem estatística sobre a nacionalidade de seus pesquisadores, mas diz que o número é "irrisório".
O grupo ouvido pela Folha é heterogêneo --vai de um neurocientista argentino a um físico chinês. Em comum, a competência: todos são bolsistas de produtividade do CNPq, uma espécie de marca da elite acadêmica.
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