Repórter News - reporternews.com.br
Brasil Eleições 2012
Quinta - 15 de Julho de 2010 às 07:26

    Imprimir


O candidato a PSDB à Presidência, José Serra, demonstrou, durante encontro com artistas e intelectuais na noite desta quarta-feira no Rio, ter encontrado um jeito de usar o termo privatização de forma a associá-lo ao governo Lula, e de maneira negativa. Ele aproveitou para dizer que a principal adversária, Dilma Rousseff (PT) "não anda com as próprias pernas".

A palavra privatização entrou no contexto de críticas feitas, durante o evento, ao que ele classifica de "partidarização" e "aparelhamento" da administração federal. Serra acusa o governo de ter "privatizado o Estado".

Segundo ele, foi instalado no atual governo uma "República sindicalista". "Diziam que exista uma República sindicalista no período de Jango [presidente João Goulart]. Eles eram anjos. República sindicalista existe agora", afirmou o candidato tucano. "Está tudo loteado, tudo dividido. Tudo, no fundo, privatizado. Privatizar não é só vender uma empresa. É também um órgão estatal ser apropriado por interesses privados, sejam partidários ou sindicais".

A incapacidade de se defender das críticas do PT ao processo de privatização implementado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso é apontada como um dos fatores que contribuíram para a derrota do candidato do PSDB à presidência em 2006, Geraldo Alckmin.

O tema do encontro eram as propostas de políticas culturais, mas os ataques diretos à administração de Lula e à Dilma, deram o tom do encontro, que contava com cerca de 200 pessoas.

Segundo Serra, o governo foi tomado não por trabalhadores, mas por "uma elite". "Fernando Gabeira [candidato ao governo do Rio pelo PV, presente ao encontro] uma vez disse que se criou uma ditadura do proletariado tardia no país, [mas] é um grupo que nem é proletário. É uma elite sindical aliada ao governo por dinheiro e que faz um trabalho de politica partidária".

De acordo com o candidato, o resultado é o aumento da corrupção e a ineficiência do gasto público. "Eu fiz as contas. Para cada R$ 7 que o governo diz que investe, na verdade investe só R$ 1". E citou os Correios. "Era uma empresa boa, está no chão por causa do aparelhamento".

Serra disse, ainda, que o presidente Lula infringe a lei eleitoral ao fazer campanha para a candidata Dilma porque ela é fruto de marketing. "A máquina do governo não devia ser usada para campanha eleitoral. No caso da Dilma, é usado porque ela não anda com as próprias pernas. É fruto de marketing e aí constantemente precisa ser recarregada".

Durante o encontro, o candidato defendeu mudanças nas políticas de incentivo fiscais à cultura. Para ele, mecanismos como a lei Rouanet cria feudos. "É preciso que as empresas se envolvam na discussão com os artistas, as ONGS e não se criem feudos. A política cultural da Petrobrás é um feudo usado como instrumento de política partidária".

Serra prometeu apresentar em agosto um programa de governo para a cultura.

O encontro teve a presença de personalidades da TV, do teatro e do cinema, além de artistas plásticos, políticos e atletas, no restaurante La Fiorentina, no Leme, zona sul do Rio. O candidato chegou às 23h e ficou até 1h da manhã no local.

O encontro foi organizado pelos cineastas Guilherme Coelho e Cacá Diegues, além do poeta Ferreira Gullar. Entre os convidados, estavam no restaurante o humorista Marcelo Madureira, as atrizes Maitê Proença e Rosamaria Murtinho, o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, Gabeira, e o ator e vereador pelo PPS Stepan Nercessian. 






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/122933/visualizar/