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Tecnologia
Segunda - 12 de Julho de 2010 às 11:57

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O Google informou na sexta-feira (9) que a China renovou sua licença para operar uma página de internet no país, o que amenizou a preocupação quanto à possibilidade de que a companhia fosse expulsa daquele mercado por sua recusa em censurar os resultados de buscas em chinês na rede.

Mas embora Pequim tenha autorizado o Google a continuar a operar na China, o retorno não será imediato --se houver.

A receita do Google na China foi estimada por analistas entre US$ 300 milhões e US$ 600 milhões, fração pequena do total anual de US$ 24 bilhões. A empresa detém cerca de 30% do mercado de buscas na China, muito menos que a Baidu.

Hamilton Faber, da Atlantic Equities, descreveu a renovação da licença na China como "resultado positivo mas modesto" para o Google, cujas ações subiram em 2,4% e fecharam a US$ 467,49 dólares na sexta-feira.

"Ainda creio que a posição de longo prazo deles na China seja frágil", disse, acrescentando que o Google enfrentará uma batalha difícil para ampliar sua receita publicitária no país.

A tensão entre o Google e Pequim nos últimos meses colocou os anunciantes chineses em alerta.

"Os anunciantes não querem se colocar em oposição ao governo", disse Ryan Jacob, do Jacob Internet Fund, que detém ações tanto do Google quanto de seu maior rival na China, o Baidu. "Agora que o Google já enfrentou problemas com as autoridades, anunciar lá pode ter ficado menos atraente e um pouco mais arriscado."

MERCADO

O sucesso do Google em manter presença no mercado chinês pode não ser suficiente para aliviar as preocupações de Wall Street quanto à capacidade do gigante de buscas em manter a velocidade de ascensão sustentada nos últimos anos.

Mas as ações do Google, consideradas por muitos como supervalorizadas em grande parte dos últimos 12 meses, começam a parecer atraentes, depois de uma queda de 26% este ano, segundo analistas.

"Acreditamos que o Google seja ótimo investimento em longo prazo, mas não devido à China. A China é provavelmente a região em que [as ações] mais enfrentam dificuldades", disse Ryan Jacob, do Jacob Internet Fund, que detém ações tanto do Google quanto de seu maior rival na China, o Baidu.

"Fora da China, o Google é um negócio mundial forte com retornos extremamente elevados e posição invejável de mercado. E a avaliação atual de suas ações parece baixa", acrescentou.

As ações do Google caíram em 26% até agora este ano, bem acima dos 4% de queda no índice composto da Nasdaq. A StarMine, do grupo Thomson Reuters, estima que o preço atual das ações do Google implique ritmo anualizado de crescimento na receita anual por ação de apenas 10,3% ao ano, em termos compostos e por prazo de dez anos. A média histórica de crescimento na receita por ação do Google para os últimos cinco anos foi de 69,4%.

Além da disputa com o governo chinês quanto à censura, o que colocou em risco o futuro da empresa no maior mercado mundial de internet por número de usuários, o Google também enfrenta desafios para elevar sua receita em três áreas essenciais: publicidade em celulares, publicidade convencional e o site de vídeos YouTube, dizem analistas.

O Google precisa de novas fontes de receita porque será difícil expandir de maneira significativa a publicidade vinculada a buscas, dada sua fatia de mais de 60% no mercado de buscas norte-americano. Também existem temores de reversão na recuperação econômica mundial, dado o alto desemprego nos Estados Unidos e a crise da dívida europeia.

Os problemas da empresa na China estão desviando seu foco do continente europeu, que merece muito mais atenção, de acordo com Jason Helfstein, analista da Oppenheimer.

"A realidade é que aquilo que vem acontecendo na Europa tem impacto muito maior sobre os fundamentos do Google", disse ele, mencionando preocupações com a possibilidade de que os gastos soberanos dos governos europeus possam ser contidos devido à crise da dívida soberana.

O Google não informa separadamente seu faturamento na Europa, embora alegue que a receita internacional respondeu por 53% do faturamento no primeiro trimestre, e destaque o Reino Unido como responsável por 13% do total. 





Fonte: Reuters

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