De azul, Espanha tentará repetir outros dois campeões mundiais
Considerada visitante pela Fifa na final deste domingo, a seleção espanhola terá de abrir mão de sua tradicional camisa vermelha e usar a reserva, contra a laranja Holanda, a partir das 15h30 (de Brasília), no estádio Soccer City, em Johannesburgo. Se ganhar, "imitará" o Brasil e a Inglaterra, que conquistaram seus primeiros títulos de Copa do Mundo exatamente assim, com o uniforme número dois.
Em 1958, a anfitriã Suécia vestiu amarelo e obrigou o Brasil de Pelé e Garrincha a providenciar uma alternativa de última hora nas ruas de Estocolmo. Coube ao chefe da delegação nacional, Paulo Machado de Carvalho, apelar à religião para convencer os jogadores de que o azul, "cor do manto de Nossa Senhora", lhes daria sorte.
Oito anos depois, a Inglaterra --que havia feito toda a campanha de branco-- precisou entrar de vermelho na decisão contra a Alemanha, mesmo sendo dona da casa, porque perdeu no sorteio. Em campo, acabou levando a melhor.
A situação não é sinônimo de resultado positivo. A Alemanha em 1986, a Argentina em 1990 e a França em 2006 também trajaram camisas reservas e perderam a partida final. Todas elas, porém, já haviam sido campeãs antes.
Arquivo/Arquivo/Rick Bowmer/Folhapress/Folhapress/AP | ||
Primeiros canecos do Brasil e da Inglaterra foram com o padrão nº 2: espanhóis têm a chance de entrar no clube |
Ditadura
A Espanha já adotou o branco em seu uniforme reserva. Ou o dourado, como na Copa de 2006. A escolha do azul --já usado neste Mundial, contra Chile e Paraguai-- é uma homenagem à conquista da Eurocopa de 1964, contra uma avermelhada União Soviética.
A origem remete ao general Francisco Franco, cujo Movimento Nacional venceu a Guerra Civil Espanhola e impôs a ditadura no país. Vestiam-se de azul, e não vermelho, para não se lembrarem do comunismo, enxergado como adversário na ocasião.
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