Autoridades locais revisaram para ao menos 232 o número de mortos e indicam que há também 107 feridos pela explosão de um caminhão-tanque no sábado (3) na República Democrática do Congo.

O fato ocorreu na localidade de Sange, região de Uvira, na Província de Kivu Sul, cujo governador, Marcellin Cisambo, confirmou os números aos jornalistas locais e constatou no lugar a destruição causada pelo incêndio que ocorreu após a explosão.

  Reuters  
Acidente com caminhão deixou ao menos 232 mortos na República Democrática do Congo
Acidente com caminhão deixou ao menos 232 mortos na República Democrática do Congo



Já o porta-voz da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Congo (Monusco) Madnodje Mounoubai desmentiu que entre os mortos houvesse "capacetes azuis", como foi informado no princípio.

A Monusco destacou uma equipe de oito pessoas especializadas no tratamento de queimados.

Valas comuns

As autoridades congolesas começaram o sepultamento dos mortos em valas comuns, devido à dificuldade de identificação, já que os corpos estão totalmente carbonizados, segundo explicou ontem aos jornalistas locais o vice-governador de Kivu Sul, Jean-Claude Kibala Nkolde.

Muitos familiares assistiram ontem ao enterro simbólico de cinco corpos em um terreno cedido pela Monusco, enquanto em Sange foi declarada uma semana de luto.

  Efe  
Governo determinou que vítimas da explosão serão enterradas em três valas comuns
Governo determinou que vítimas da explosão serão enterradas em três valas comuns



Marcellin Cishambo, governador da Província onde ocorreu a tragédia, confirmou que dado o estado dos cadáveres foi determinado que o enterro ocorreria em três grandes valas comuns.

Entre os mortos haveria cerca de 60 crianças.

O drama aconteceu em Sange, não muito longe da fronteira com Burundi. "Houve um movimento de pânico. O combustível derramou e gerou a explosão, que se propagou pelo povoado", explicou o porta-voz do governo Provincial, Vincent Kabanga, acrescentando que muitas pessoas tentaram ainda roubar o combustível.

Segundo a polícia de Bukavu, o fogo da explosão se propagou em dezenas de casas em Sange, todas basicamente feitas de terra e palha. Já o acidente do caminhão teria acontecido por um excesso de velocidade.

Desastre

Ainda no sábado (3), oficiais da ONU e da Cruz Vermelha descreveram cenas devastadoras na cidade de Sange. Há casas queimadas e corpos jogados pelas ruas.

Além das vítimas que tentavam saquear a gasolina do caminhão, muitos morreram em suas casas e num cinema próximo no momento da explosão.

A maioria dos corpos foi carbonizada e está irreconhecível, disseram autoridades locais.

Helicópteros das Nações Unidas trabalham no resgate, levando feridos aos hospitais, enquanto o Exército congolês enviou tropas ao local para ajudar nos trabalhos emergenciais.

"É uma cena terrível. Há muitos corpos pelas ruas. A população está em estado de choque -- ninguém está falando ou chorando", disse o governador da Província de Kivu Sul, Jean-Claude Kibala.

"É uma catástrofe", disse o capitão Olivier Hamuli, porta-voz do Exército congolês, informando ainda que 13 soldados foram feridos e ao menos dez estão desaparecidos.

Alain Ilunga, vice-presidente da companhia responsável pelo caminhão, disse que o veículo-tanque carregava cerca de 49.000 litros de gasolina.

COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS