O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda deixou o Ministério Público Federal após duas horas de depoimento na noite desta sexta-feira (2). Arruda foi levado pela Polícia Federal para depor por ordem do procurador Ronaldo Albo, que expediu mandado de busca coercitivo porque ele já havia faltado a duas convocações.
Segundo o chefe da Procuradoria Regional da República em Brasília, Alexandre Camanho, o ex-governador “colaborou” durante o depoimento, “sendo cordial em todo momento”. Ele não revelou o teor do depoimento porque disse que o caso tramita em segredo de Justiça.
O depoimento terminou por volta das 20h. Arruda deixou a sede da Procuradoria Regional da República por volta das 20h20, em um carro oficial, pela garagem. Ele não deu declarações. Durante o depoimento, o ex-governador esteve acompanhado por dois advogados. O ex-governador foi ouvido pelos procuradores Ronaldo Albo e Alexandre Espinosa.
Camanho declarou que Arruda depôs na condição de testemunha no inquérito que investiga a participação da promotora do Distrito Federal Deborah Guerner no suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, que ficou conhecido como mensalão do DEM.
Segundo ele, o ex-governador respondeu a todas as perguntas. “A perspectiva é que de haja novos depoimentos, e Arruda disse que vai colaborar”, afirmou.
A promotora Deborah Guerner é suspeita de receber propina e de repassar informações privilegiadas aos integrantes do suposto esquema sobre as investigações da Justiça, conforme denúncia do ex-secretário de relações institucionais do DF Durval Barbosa. Ela sempre negou envolvimento com o caso. No último dia 15 de junho, a Polícia Federal encontrou enterrado no jardim da casa da promotora um cofre com dinheiro e discos rígidos de computador.
O advogado da promotora, Pedro Paulo de Medeiros, disse ao G1 que não iria se pronunciar sobre o caso porque o inquérito que investiga as denúncias está sob segredo de Justiça.
Crise
O ex-governador é acusado de comandar o suposto esquema de corrupção e distribuição de propina a membros do Executivo e do Legislativo do Distrito Federal. A crise política no Distrito Federal teve início em novembro de 2009, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora, que investiga o suposto esquema de corrupção.
As denúncias levaram à prisão e afastamento de Arruda, por tentativa de suborno de uma testemunha do caso em fevereiro. Durante a prisão, Arruda teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) por infidelidade partidária, deixando vago o cargo.
José Roberto arruda foi solto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no dia 12 de abril, após dois meses preso.
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