Cientistas australianos desenvolveram um método para satisfazer a demanda da população por camarões, uma das principais tradições do Natal local. Após dez anos de pesquisa, conseguiram, por meio de cruzamentos, criar uma variante maior de camarão-tigre-gigante (Penaeus monodon). E, mais importante, o novo camarão não perdeu nada em sabor.

Os novos camarões, desenvolvidos por cientistas da Csiro (organização de pesquisa do governo), já ganhou cinco medalhas de ouro em competições de aquicultura marinha da Austrália. A variante representa um aumento em produtividade de 5 toneladas por hectare para 17,5 toneladas por hectare.

"Em um dos açudes de criação chegamos a 24,2 toneladas por hectare, o que é um recorde mundial", diz Bruce Lee, diretor de alimentos do futuro do Csiro.

Uma das consequências econômicas do novo camarão é a redução nas importações. Cerca de 50% dos camarões consumidos na Austrália são importados, principalmente da China e do Vietnã.

O camarão-tigre-gigante, que pode atingir 33 centímetros, é criado em açudes de água salgada a prova de seca em um sistema de circuito fechado. "A vantagem é que é possível fazer isso de forma sustentável. Não é mais necessário arrastar redes pelo leito do oceano para extrair camarões", diz Lee. Os camarões são alimentados com sobras de farinha de trigo.

Segundo a Csiro, se toda a indústria de camarão-tigre-gigante adotasse o novo programa de criação, ela aumentaria a produção de 5.000 toneladas por ano para 12,5 mil toneladas, adicionando 120 milhões de dólares australianos (US$ 113 milhões) ao valor da indústria até 2020.