O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que o governo só poderá tomar uma decisão sobre a greve dos servidores do Judiciário após as eleições de outubro. Segundo ele, antes de se decidir pelo reajuste, o próximo presidente da República deverá ser consultado por causa dos impactos nas contas públicas no ano que vem.

Lula se reuniu ontem com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, e Ricardo Lewandowski, também ministro do STF e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Os ministros foram manifestar ao presidente concordância com a proposta dos grevistas, mas Lula ponderou sobre a impossibilidade de se decidir algo durante o período eleitoral.

Em greve há 54 dias, os servidores das Justiças Federal, Trabalhista ou Eleitoral, iniciada no dia 6 de maio, já atinge mais de 20 Estados e o Distrito Federal. A categoria reivindica aumento de até 56% nos salários.

À tarde, a pedido do presidente, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, se encontrou com membros da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal). No encontro, mediado pela AGU (Advocacia Geral da União), Bernardo apresentou o mesmo pedido do presidente Lula, de se discutir o aumento somente após as eleições. O governo não chegou a entrar no mérito da proposta.

Como as medidas foram rechaçadas pelos grevistas, uma nova reunião foi marcada para a próxima semana. A Fenajufe afirmou que a greve continua.