Esnobado por Maradona, alemão Müller tenta desforra contra a Argentina

No dia 3 de março deste ano, a Argentina derrotou a Alemanha por 1 a 0 em pleno estádio Allianz Arena, casa do Bayern, em Munique. Novato na seleção, Müller foi presenteado com a chance de participar da entrevista coletiva pós-jogo ao lado de Maradona, que foi um dos maiores da história em sua posição.

No entanto, não foi o dia inesquecível que o atleta, ainda uma jovem promessa do futebol, esperava: Maradona sentou-se a seu lado na entrevista coletiva e, ao ver que se tratava de um jogador, irritou-se, levantou e foi embora da sala.

"Se querem perguntar primeiro a um jogador, eu espero. Não é normal que se dê uma conferência de imprensa com um jogador. Eu espero, eu espero", falou o argentino, antes de sair.

Visivelmente embaraçado pela situação inesperada, Müller não disse nada e escondeu a insatisfação por trás de um sorriso envergonhado. Sem saber o que fazer, também deixou o local.

Assim que o jogador saiu, Maradona foi convencido a voltar. Tentou pedir desculpas, mas entrou em contradição: "Gostaria de falar que não sabia que era um jogador. Realmente, essas entrevistas coletivas são apenas de técnicos".

Enrique Marcarian/Reuters

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Nesta quarta, ao conceder entrevista coletiva pela seleção, Müller demonstrou que ainda não esqueceu a história: fez questão de provocar Maradona e esquentar o clima para a partida. "Vou fazer todo o possível para que se lembre de mim", falou o jogador.

As críticas ao polêmico treinador da Argentina foram além. Müller, ao comentar a inegável habilidade do ex-camisa 10, fez questão de relembrar o aspecto "gordinho" com que Maradona encerrou a carreira.

"[Lembro dele] com uns quilos a mais, mas com uma habilidade louca com a bola."

Já fazendo a diferença

Müller, com um grande desempenho na Copa do Mundo, se fez conhecido não só por Maradona, mas pelo mundo do futebol: o jovem jogador do Bayern de Munique marcou três gols em quatro jogos da Alemanha na Copa até agora, dois deles na goleada de 4 a 1 sobre a Alemanha, nas oitavas.

Além disso, o meia-atacante tem se destacado no setor ofensivo de sua equipe. Tem sido sempre substituído no segundo tempo --só jogou os 90 minutos contra a Austrália--, mas costuma figurar no topo quando o assunto é, estatisticamente, a produção de seu time. Segundo levantamento do Datafolha, Müller é o responsável, até agora, por 22% dos cruzamentos (17 de 77) e 20% dos dribles (8 dos 38).

	Marcus Brandt/Efe
	Thomas Müller foi esnobado por Maradona e agora tem a chance de provar seu valor