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Copa do Mundo 2010
Quarta - 30 de Junho de 2010 às 03:44
Por: William Waack

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Em um anúncio que pode revolucionar um esporte tão popular, quanto avesso a mudanças, disse que a Fifa vai discutir o uso da tecnologia no futebol.

Ao poderoso Joseph Blatter nunca faltam palavras, a não ser quando é para pedir desculpas. No caso, desculpas para Inglaterra e México, prejudicadas por dois crassos erros de arbitragem.

Político como é, Blatter cedeu à gritaria internacional e anunciou que já em julho a Fifa vai estudar a introdução de tecnologias modernas para evitar erros de juízes. "É óbvio que depois desta Copa seria bobagem não reabrir a discussão sobre novas tecnologias", disse.

Blatter referiu-se a dois dispositivos para controlar a linha do gol: câmeras, como já acontece no tênis, ou uma bola com um chip detectável por outros aparelhos, que está sendo desenvolvida por uma fabricante alemã em cooperação com a Faculdade Técnica de Munique.

Mas as duas tecnologias ainda estão em fase experimental. O que Blatter dizia em Joanesburgo era tão novo que não tinha chegado ainda a Pretória, a 70 quilômetros de distância, onde jornalistas puderam visitar a concentração de juízes que atuam na Copa.

Curiosamente, não apareceram os responsáveis pelos últimos erros espetaculares, mas estava o malines Koman Coulibaly, que anulou um gol legítimo no jogo Estados Unidos e Eslovênia. Ele não admitiu qualquer erro, apenas que suas decisões podiam ser melhores.

O anuncio feito por Blatter equivale a uma revolução interna na Fifa. Ainda na segunda-feira a entidade dizia que nem iria discutir novas tecnologias, mas a pressão de fortes interesses foi muito eficaz.

Um deles é o próprio interesse político de Blatter, que deseja para a Fifa o Prêmio Nobel da Paz e foi criticadíssimo sobretudo na África, continente que favoreceu e de cujos votos depende para tentar um quarto mandato, no final do ano.

Para Blatter, a Copa africana precisa ser um sucesso total, mas a competição já havia começado com muita gente reclamando da Jabulani, a bola do jogo, errática na opinião de muitos jogadores.

Se arriscava a ficar conhecida, esta Copa, também por desastres de arbitragem, que teriam prejudicado inclusive o time da casa em um lance que acabou em pênalti contra a África do Sul e que tinha sido iniciado com a posição de impedimento de um uruguaio, não assinalada pelo juiz.

O próprio Blatter admitiu nesta terça-feira que o futebol, assistido durante a Copa por um bilhão de pessoas por dia, tem aspectos econômicos que não podem ser ignorados.

"O controle do jogo é o futuro do futebol", disse. Este controle, pelo jeito, não estará mais a cargo apenas de um ser humano com um apito na boca.






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