Até as 19h, os bombeiros afirmaram que nenhum corpo foi encontrado na localidade. De acordo com a PM, ao chegar no sítio do goleiro, o caseiro da propriedade impediu a entrada dos bombeiros e da polícia, que aguarda um mandado de um juiz para poder realizar buscas no terreno do atleta.

"Vamos chamar o goleiro para prestar depoimento ainda esta semana. Até agora não temos informações sobre o paradeiro de Eliza", afirmou à Folha a delegada da Divisão de Homicídios da cidade, Alessandra Wilke.

A estudante está sumida há quase um mês, desde que contou a amigas que iria do RJ a MG a pedido do jogador. A Polícia Civil de Contagem (região metropolitana de BH), que investiga o caso, trabalha com a hipótese de a jovem ter sido vítima de homicídio no sítio de Bruno, em Ribeirão das Neves, na Grande BH.

"Temos informações de que o Bruno veio a BH com Eliza e a criança. Ele é o principal suspeito do sumiço dela. Infelizmente, tudo indica que ela esteja morta, pois mãe não abandona filho de quatro meses. Já estamos em busca do corpo", disse ontem o investigador da Delegacia de Homicídios de Contagem Marco Antônio Fonseca.

O advogado e conselheiro do Flamengo Michel Assef disse que o goleiro nega participação no sumiço da jovem. "Falei com o Bruno sobre a acusação e ele me disse que não sabe de nada."

Na noite de anteontem, a polícia localizou numa casa no bairro Liberdade, em Contagem, o suposto filho do atleta, de quatro meses. Segundo a polícia, o bebê estava com familiares no sítio de Bruno, mas, na semana passada, foi levado à casa de uma amiga de Dayane Souza, 23, mulher de Bruno, com quem o goleiro tem duas filhas, de quatro e dois anos.

"Prendemos em flagrante Dayane entregando a criança a uma amiga. Ela foi autuada por falta de documentação e subtração de incapaz. Em depoimento, falou que o bebê é filho de Bruno e Eliza, mas não soube explicar por que estava com ele. Dayane foi liberada por não ter antecedente criminal, e o bebê foi levado a abrigo pelo Conselho Tutelar", disse Fonseca.

Bruno será chamado para prestar depoimento nesta semana. A polícia chegou ao bebê após receber denúncia de que Eliza havia sido "violentamente espancada" no sítio do atleta, onde suas roupas teriam sido queimadas.

"Desconheço que a criança estava com Bruno. Ele falou que estava o tempo todo no Rio, treinou hoje [ontem] no Flamengo e falou não saber de nada", disse Assef.

Guarda da criança

Na tarde deste domingo, os advogados Jader Marques e Anne Faraco, que representam a família de Eliza, pediram a guarda do filho de quatro meses do atleta com a jovem, no Fórum de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.

O pai de Eliza, Luís Carlos Samudio, viajou até Contagem (MG) e conseguiu a autorização para viajar com a criança para Foz do Iguaçu.

Relacionamento

A paranaense Eliza Samudio -- que vivia com duas amigas e quatro crianças num apartamento em São Paulo -- revelou em agosto de 2009 que estava grávida de três meses do goleiro do Flamengo após conhecer o atleta três meses antes num churrasco e manter uma relação extraconjugal com ele, que na época já era casado com Dayane. Segundo a polícia, advogados da família de Eliza afirmaram que falaram pela última vez com ela no dia 4 de junho, quando a jovem disse que Bruno iria fazer o exame de DNA para confirmar a paternidade de seu filho.

Em outubro de 2009, Eliza registrou queixa contra o atleta sob acusação de sequestro, ameaça e agressão na Delegacia de Atendimento à Mulher, de Jacarepaguá, no Rio. Na ocasião, Bruno negou as acusações.