Quatro anos depois de decidir o título na Alemanha, italianos ficam na lanterna do Grupo E
Campeã do mundo, Itália perde para Eslováquia e é eliminada
Em uma das campanhas mais decepcionantes da atual Copa do Mundo, ao lado da França, a campeã mundial Itália viu encerrar com um triste fim a sua participação na África do Sul. Em uma derrota para a Eslováquia, por 3 a 2, nesta quinta-feira, o time comandado por Marcello Lippi terminou a competição sem uma vitória sequer e com o vexame de empatar com a inexpressiva Nova Zelândia e perder da seleção eslovaca.
Apontado como herói por levar a seleção italiana ao título em 2006, na Alemanha, Marcello Lippi sai como vilão da atual Copa do Mundo. Criticado pela imprensa do seu país por levar um time formado por jogadores muito velhos, o treinador viu sua defesa, elogiada há quatro anos na Alemanha, cometer algumas falhas ao longo do torneio e o ataque se mostrar inexpressivo, com poucas opções de jogada e movimentação pífia de Iaquinta e Di Natale.
As contusões de Pirlo e Buffon também prejudicaram a participação da Azzurra. O goleiro saiu lesionado da primeira partida contra o Paraguai e ficou de fora dos duelos contra Nova Zelândia e Eslováquia. Já Pirlo entrou apenas em campo na derrota desta quinta-feira, contra Eslováquia, durante a segunda etapa. O meia até deu um ânimo extra para os italianos, mas não conseguiu impedir a derrota.
Sem se importar com a trágica campanha da Itália, a seleção da Eslováquia comemora a classificação para as oitavas de final, em segundo lugar no grupo, apenas atrás do Paraguai. O grande herói da vitória foi o atacante Vittek, artilheiro da equipe na competição, que marcou os dois gols da partida e desestabilizou a experiente zaga italiana formada pelo capitão Cannavaro e por Chiellini.
O jogo
Atrás da primeira vitória na Copa do Mundo, a Itália teve um primeiro tempo bastante decepcionante no Ellis Park. Marcello Lippi mexeu novamente na equipe, promovendo a estreia de Gattuso no lugar de Marchisio e ainda optando por Di Natale no posto antes ocupado por Gilardino. Os eslovacos lançaram o jovem Stoch e também Kucka.
As alterações da Eslováquia foram mais felizes e a Itália encerrou os 45 minutos iniciais sem sequer acertar uma finalização na meta defendida por Mucha. As principais chances, bastante discretas, foram em chute que Di Natale arriscou de longe, mas passou por cima, e em perigoso desvio de Skrtel contra o próprio gol. Mais uma vez, porém, a bola saiu acima da meta.
A Eslováquia jogou sob o ritmo de Hamsik, do Napoli. Bastante criticado por suas atuações nos dois primeiros jogos, o meia articulou bem e ajudou sua seleção a encontrar boas oportunidades.
A Itália foi ameaçada em chutes de longe do próprio Hamsik e de Strba, e acabou vazada aos 25min: De Rossi saiu jogando errado, Kucka recuperou e serviu Vittek, que deslocou Marchetti e fez seu segundo gol na Copa.
Por pouco, a Eslováquia não fez o segundo e dificultou ainda mais as coisas para a Itália. Aos 48min, Vittek fez jogada de pivô e serviu o volante Kucka: de primeira, ele chutou forte e ainda viu a bola chacoalhar a rede pelo lado de fora, calando o Ellis Park.
Com a igualdade parcial entre Paraguai e Nova Zelândia, a Itália seguia dependendo apenas de um empate para se classificar. Insatisfeito com a produção do time, Lippi colocou dois jogadores do Napoli: Maggio, lateral direito, substitiu Criscito, empurrando Zambrotta para a esquerda. Quagliarella, atacante, entrou no posto do veterano Gattuso.
A Itália só realmente pressionou a partir da entrada de Pirlo. Mesmo sem as condições físicas ideais, ele saiu do banco aos 12min e os italianos partiram para cima. Di Natale, duas vezes, e Iaquinta, em outra oportunidade, assustaram os eslovacos.
O gol de empate italiano por pouco não saiu aos 22min, no que foi o lance mais polêmico do jogo: depois de escanteio, Quagliarella recolheu e acertou chute preciso. Em cima da linha, Skrtel tirou a bola, mas nenhum replay da jogada foi capaz de confirmar se houve o gol.
Em cima da Eslováquia, a Itália sofreu seu segundo gol e se viu em situação muito delicada. Aos 28min, depois de escanteio, Hamsik recolheu na ponta direita e recolocou a bola na área. Vittek, o carrasco italiano, se antecipou a Chiellini e finalizou sem chances para Marchetti.
O gol não abateu os italianos, que foram ainda mais ao ataque em busca de dois gols que lhes dariam a classificação. Com muita raça, Quagliarella invadiu a área, tabelou com Iaquinta e chutou a gol - no rebote, Di Natale empurrou para o gol vazio e conseguiu metade do objetivo.
Os italianos tiveram um gol anulado aos 40min. Após jogada de Di Natale pela esquerda, Quagliarella empurrou para dentro da pequena área, mas o lance foi corretamente anulado por impedimento.
A Itália foi para cima, mas levou um gol de Kopunek no contra-ataque, aos 44min. Ainda houve tempo para Quagliarella diminuir aos 47min.
FICHA TÉCNICA
Eslováquia 3 x 2 Itália
Gols
Eslováquia: Vittek, aos 25min do 1º tempo e Vittek aos 28min do 2º tempo e Kopunek aos 44min do 2º tempo
Itália: Di Natale, aos 36min do 2º tempo e Quagliarella aos 47min do 2º tempo
Esquema Tático da Eslováquia
4-2-3-1
Mucha; Pekarik, Skrtel, Durica e Zabavnik; Kucka e Strba (Kopunek); Stoch, Hamsik e Jendrisek (Petras); Vittek
Técnico: Vladimir Weiss
Esquema Tático da Itália
4-3-3
Marchetti; Zambrotta, Cannavaro, Chiellini e Criscito (Maggio); De Rossi; Gattuso (Quagliarella) e Montolivo (Pirlo); Pepe, Iaquinta e Di Natale
Técnico: Marcello Lippi
Cartões amarelos
Eslováquia: Vittek, Strba e Pekarik
Itália: Cannavaro e Chiellini
Árbitro
Howard Webb (Inglaterra)
Local
Ellis Park, em Johannesburgo
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