O parlamentar abandonou hoje a greve de fome que mantinha há uma semana depois de a direção nacional do PT acertar acordo com petistas do Maranhão a respeito das eleições no Estado.
O acerto, no entanto, não satisfez o deputado. "Eles terão bandeira, e nós continuamos na clandestinidade. Fizemos tudo certo e vamos sair como os errados", afirmou Dutra, com um semblante bastante abatido e as pernas tremendo. Ele deixou a Câmara ao lado da mulher, Núbia, em uma cadeira de rodas.
Pelo acordo firmado nesta manhã com o PT nacional, os petistas no Maranhão estarão liberados para defender a candidatura do deputado Flávio Dino (PC do B) ao governo do Estado. Os militantes maranhenses rejeitaram a decisão tomada pela direção nacional na semana passada de apoiar a reeleição de Roseana Sarney (PMDB).
"É preciso se organizar para dizer "não" à cúpula do PT. Temos que enfraquecer os três Josés: José Dirceu [ex-ministro], José Genoino [deputado federal] e José Eduardo Dutra [presidente da sigla]. Foram eles que aceitaram o José do mal, o Sarney [presidente do Senado]", disse Dutra.
O acordo com o PT viabilizou o fim da greve de fome de Dutra, Manoel da Conceição, um dos fundadores do partido, e Terezinha Fernandes, ex-deputada federal.
O deputado chegou a ficar inconsciente na manhã de hoje e foi encaminhado ao departamento médico da Câmara, onde recebeu soro e glicose. Segundo sua mulher Núbia, o quadro do petista começava a indicar uma insuficiência renal. Desde a sexta-feira passada ele tomava apenas água e água de coco.
O estado de Manoel da Conceição é mais grave. Nesta manhã ele teve de ser transferido para o Incor, em Brasília, para ser internado. O militante, que tem 75 anos, já foi vítima de dois acidentes vasculares cerebrais e tem histórico de diabetes.
Dutra e Manoel estavam acampados no plenário da Câmara desde a última quinta-feira, quando iniciaram uma vigília e, no dia seguinte, a greve de fome. Os dois dormiram no local em colchões infláveis.
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