O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou hoje em Manaus que o reajuste de 7,7% para aposentados e pensionistas do INSS, sancionado ontem, foi para ajudar a candidatura à Presidência da República da ex-ministra Dilma Rousseff (PT).

"Eu não sei por que isso ajudaria Dilma, por que isso pode ajudar o [José] Serra [PSDB], pode ajudar a Marina [Silva, do PV], mas, certamente, tem uma pessoa que eu sei que vai ser ajudada: são 8 milhões de aposentados que ganham mais de um salário mínimo, esses serão ajudados", afirmou Lula em entrevista coletiva, acompanhado do presidente do Peru, Alan García.

O presidente negou também que, ao sancionar o reajuste aprovado pelo Congresso (a proposta do governo era de 6,14%), tenha contrariado a equipe econômica. "Num regime presidencialista, quem decide é o presidente. As equipes me dão orientação, me dizem as alternativas, e eu toma a decisão. É assim que funciona no Brasil, com o governo Lula, e em qualquer regime presidencialista."

Lula disse que, com o aumento do consumo e maior arrecadação de impostos, terá que como recuperar o dinheiro gasto no aumento. O presidente afirmou também que, em razão de o reajuste ter sido maior do que o proposto pelo governo, haverá corte no Orçamento, inclusive em emendas dos congressistas.

"A equipe econômica me garantiu que é possível a gente fazer um corte no Orçamento equivalente à quantia que nós vamos dar de reajuste, inclusive as próprias emendas parlamentares."

Lula se reuniu em Manaus com o presidente peruano e participou de encontro com integrantes do Conselho Empresarial Brasil-Peru. Ainda hoje estava prevista a assinatura de mais um contrato do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.