Deflagrada ontem, operação vai se concentrar em 25 municípios de MT que apresentam maior risco de incêndios. Outra preocupação são aldeias indígenas
Mato Grosso fiscaliza cidades que mais queimam
Ontem teve início uma operação de fiscalização para combater o uso criminoso do fogo em Mato Grosso, que irá atingir 25 municípios mato-grossenses que mais apresentaram focos de calor neste ano. Constatado o crime ambiental, o responsável será notificado e multado administrativamente e, em caso de flagrante, também será autuado criminalmente.
De acordo com coordenador de Gestão do Fogo da Defesa Civil, major Márcio Paulo da Silva, entre as cidades Santa Carmem (531 quilômetros ao norte), lidera o ranking, registrando 562 focos no período de janeiro até o dia 11 deste mês. Em seguida, vem Tangará da Serra, com 526, depois Querência, com 433, Paranatinga, com 305, e Tapurah, com 207 focos.
“São dez equipes, incluindo a coordenação, distribuídas nos 25 municípios, onde vão verificar a questão da autorização, quantificar as áreas queimadas e, nos casos de crime ambiental, o fiscal autua o responsável”, informou major Paulo.
O valor da multa depende do tamanho da área destruída. Sendo em floresta, não sai por menos de R$ 1 mil por hectare, por exemplo. O uso do fogo só pode ser feito com autorização da Secretaria de Meio Ambiente (Sema).
Até ontem, conforme informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais repassadas pelo major, o Estado registrava 5.956 focos, verificados desde janeiro.
Embora a perspectiva seja de aumento, por conta do tempo quente e seco, o objetivo dos órgãos ligados ao meio ambiente é reduzir o número de queimadas. “Ano passado, a tendência era de aumento em 116%, mas com o trabalho de combate e prevenção, chegamos ao fim do ano com 59% de redução”, frisou.
O trabalho, conforme o major Paulo, vem surtindo efeito. Ele citou, por exemplo, que nas unidades de conservação estadual e federal os focos diminuíram 82% e 95,9%, respectivamente, neste ano em comparação ao mesmo período de 2009.
Em contrapartida, nas terras indígenas houve um incremento de 381%. O número de queimadas saltou de 152, em 2009, para 656 neste ano. Para conter o problema, o Estado está formando brigadas indígenas em aldeias pareci, em Tangará da Serra, e bakairi, em Paranatinga, entre outras.
Conforme major Paulo, a operação não tem data para acabar e uma das novidades para este ano será a utilização de agentes bloqueadores de chamas, que além de ser biodegradável, fica até 28 dias (se não chover) impedindo a propagação do fogo. Além da Defesa Civil, a operação conta com fiscais da Sema, homens do Corpo de Bombeiros e policiais do Batalhão Ambiental.
O Plano de Ações para Prevenção às Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais prevê uma série de ações de educação ambiental, capacitação, monitoramento, fiscalização e responsabilização. O trabalho abrange os 141 municípios mato-grossenses e, em especial, as Unidades de Conservação Estadual e seus arredores.
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