A França definiu como meta reduzir seu deficit orçamentário em 100 bilhões de euros (cerca de R$ 218 bilhões) até 2013, conduzindo-o para dentro da meta da União Europeia de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), afirmou o primeiro-ministro francês, François Fillion, neste sábado.

Fillion afirmou que cerca de metade do valor virá de cortes nos gastos públicos e do equilíbrio gerado com redução na quantidade de isenções fiscais e aumento na arrecadação tributária incentivada por crescimento econômico.

"Nós prometemos reduzir o deficit de 8% para 3% até 2013 e todos nossos esforços se voltarão a essa prioridade", disse Fillion em reunião de membros do partido UMP, em Paris.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, visitará Berlim na segunda-feira para discutir a política econômica europeia.

A França espera ancorar seu comprometimento com uma política fiscal mais conservadora após Berlim anunciar planos para economizar um total de 80 bilhões de euros (R$ 175 bilhões) até 2014 no começo do mês.

Em maio, a França afirmou que iria congelar os gastos públicos nos próximos três anos, além de cortar custos operacionais do Estado em 10% e economizar outros 5 bilhões de euros (R$ 10,9 bilhões) com a eliminação de algumas isenções de impostos.

O pacto de estabilidade da França com Bruxelas requer um deficit orçamentário de 6% do PIB em 2011, 4,6% em 2012 e 3% em 2013, com base em uma taxa anual de crescimento econômico de 2,5% a partir de 2011.

"Nossa diferença frente à Alemanha, em termos de reformas estruturais, dívida e redução de deficit está diminuindo", disse o chefe do órgão regulador dos mercados da França, AMF, Jean-Pierre Jouyet, ao jornal "Le Monde", em entrevista publicada neste sábado.

Jouyet também ofereceu cortar seu próprio salário. Ele disse ao Le Monde que não é contra ver seu salário anual de 300 mil euros (R$ 656 mil) reduzido em 20 ou 30%.

"Isso parece justificado para mim", disse Jouyet. "Trabalhadores do setor público devem estar preparados para participar em um empenho conjunto."