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Meio Ambiente
Terça - 08 de Junho de 2010 às 08:05
Por: Renê Dióz

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Levantamento sobre o Pantanal foi de 6 anos, quando área dentro do município de MT perdeu 633 Km2
Levantamento sobre o Pantanal foi de 6 anos, quando área dentro do município de MT perdeu 633 Km2

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgaram ontem números que põem Mato Grosso como protagonista do desmatamento em dois biomas nacionais: o Pantanal, que compartilha com Mato Grosso do Sul, e a Amazônia, cuja floresta divide com outros oito vizinhos. O Estado foi o grande desmatador da Floresta Amazônica entre março e abril, embora a prática esteja em queda. Já no Pantanal, Cáceres foi apontado como o principal devastador entre os municípios que integram o bioma.

Segundo os dados do Inpe, a floresta perdeu 103,5 quilômetros quadrados de vegetação entre março e abril por corte raso ou degradação progressiva, maneiras diferentes de desmate. Desse total, 76,4 Km2 (ou quase 74%) foram perdidos na porção mato-grossense da floresta. Para se ter uma noção da atividade local, o segundo Estado mais desmatador foi o Pará, que perdeu 17,7 Km2 de vegetação.

Mato Grosso, de fato, quase que invariavelmente é apontado como primeiro ou segundo maior desmatador do bioma pelos boletins do Inpe, mas desta vez o órgão faz uma ressalva: a análise por satélites no período foi prejudicada pela cobertura de nuvens. Por isso, o boletim adverte que “os dados não representam uma avaliação fiel do desmatamento mensal da floresta amazônica”.

Sendo assim, desta vez não cabe comparar os dados com os números de diferentes meses e anos. De qualquer maneira, a degradação da floresta tem diminuído, como anunciou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Ela apontou uma queda acumulada no desmatamento da Amazônia de 48% entre agosto de 2009 e abril de 2010, em relação ao mesmo período anterior. Mas a ministra também ponderou a incidência de nuvens sobre a região nos últimos meses.

Em situação menos grave que a Amazônia, o Pantanal perdeu uma área de 4.279 de seus 151.313 Km2 entre 2002 e 2008, como anunciou a ministra. Trata-se de uma das primeiras avaliações feitas pelo governo federal sobre o desmatamento no bioma – é o terceiro bioma brasileiro a ter seu monitoramento divulgado.

Proporcionalmente, o desmate na região foi de 2,82% do total da área. Na comparação com outros biomas, a perda registrada só foi superada pela registrada no Cerrado. E, segundo os dados detalhados e divulgados ontem, o município mato-grossense de Cáceres foi o maior desmatador no período avaliado – foram 3.833 Km2 de desmate registrados em 2002 e mais 633 Km2 registrados até 2008. Em segundo lugar está Corumbá (MS).

BIODIVERSIDADE – A prática do desmatamento, que provoca a destruição da biodiversidade, significa uma perda econômica para o Estado. Esta é a uma das visões do fenômeno que serão abordadas hoje pelo engenheiro florestal, professor e um dos fundadores da Fundação Boticário, Miguel S. Milano, em palestra às 9h no auditório Clóvis Vetoratto, no Palácio Paiaguás. Segundo ele, a perda das espécies acarreta em menor variedade genética, prejudicando a capacidade de produção; produtos importantes de necessidade humana têm origem em espécies silvestres, como 70% dos princípios ativos nos fármacos. Esta preocupação somente agora está integrando a agenda de governos e corporações.






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