Os deputados foram acusados pelos dirigentes do PV de quebra do decoro parlamentar por causa do envolvimento em supostas nomeações de funcionários fantasmas. Pela lei, todas as nomeações de servidores da Assembleia precisam passar pela ratificação da mesa diretora.
Curi e Justus não se manifestaram hoje, mas a assessoria da Assembleia emitiu comunicado oficial destacando que a atual gestão da Casa acabou "com práticas ultrapassadas de administração", classificando as medidas como "moralizadoras".
Justus, em suas manifestações, vem afirmando que colabora com as investigações instauradas para apurar as suspeitas de irregularidades.
O Ministério Público do Paraná já havia enviado à Justiça, na semana passada, pedido de afastamento dos dois deputados devido à nomeação de sete pessoas que recebiam salários sem dar expediente na Casa. Desde março deste ano, o Ministério Público investiga um suposto esquema que desviou, segundo denúncia já encaminhada à Justiça, R$ 26 milhões entre 1994 e 2009 por meio do pagamento de salários aos fantasmas.
Cerca de 50 pessoas são investigadas e os valores podem ser maior à medida que as investigações avançarem.
Os deputados, em sindicância interna, responsabilizaram o ex-diretor-geral da Assembleia, Abib Miguel, conhecido como Bibinho, preso há 44 dias. Bibinho nega as acusações.
Um caso que chegou ao conhecimento do Ministério Público foi o de uma das filhas de Bibinho, nomeada em 1988, quando tinha 13 anos para a função de datilógrafa. A lei exige que ocupantes de cargos públicos tenham mais de 18 anos.
A seção paranaense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) organiza amanhã (8), às 18h, na Boca Maldita, no centro de Curitiba, ato que pede o afastamento da Mesa Diretora da Assembleia.
O protesto também vai ser realizado simultaneamente nas principais cidades do Paraná e faz parte do movimento "O Paraná que Queremos", que pede renovação e ética na política estadual.
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