A faceta fechada, que o treinador exibe quase sempre em suas entrevistas, dá lugar a sorrisos e atenção ao interagir com o torcedor.
Na semana em que Dunga disse ter 300 jornalistas que torcem contra o Brasil, o técnico distribuiu autógrafos, posou para fotos, foi entrevistado e saiu sorrindo.
Anteontem, Dunga foi a Hoersköol Randburg e conversou com os alunos do colégio que abriga os treinos da seleção. Respondeu a dez perguntas e pediu às crianças para se esforçarem na vida, "lição" que costuma passar a seus comandados.
Voltou à concentração da seleção empolgado com a palestra aos estudantes sul-africanos e dizendo que gosta da "energia" dos torcedores.
Os mimos ao fã foram vistos também no Zimbábue, onde Dunga fez questão de, após o amistoso, passar de cara fechada diante dos jornalistas na zona mista e abrir um imenso sorriso para os torcedores na arquibancada.
Lá, ignorou questões políticas do país do ditador Robert Mugabe, mas fez elogios ao povo e ao tratamento "educado" de quem tentou um contato mais próximo.
No treinamento em Soweto, na quinta, o treinador foi o primeiro a entrar no campo e chamou crianças para tirar fotos com a bandeira brasileira. Pediu aos jogadores que tratassem bem a torcida.
Antes da África, na concentração em Curitiba, o técnico abriu dois treinamentos ao público, após torcedores se queixarem do isolamento da seleção. Num deles, levou 50 crianças surdas-mudas ao campo e colocou os atletas para tirarem fotos com elas.
"Para mim e para todos os jogadores, seria ótimo fazer todos os treinamentos abertos ao público. Mas a gente tem que se prevenir pelo que vocês falaram em Weggis [cidade suíça que serviu de preparação para a seleção em 2006]. Por isso, acabamos perdendo um pouco desse contato, dessa paixão com o torcedor", afirmou Dunga.
Ele ressaltou, no entanto, que não abrirá mais treinos aos torcedores na África, salvo recomendações da Fifa.
É normal também, nas voltas de jogos da seleção no exterior, Dunga atender aos torcedores nos aeroportos.
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