A hipótese era a de que o gás carbônico teria sido jogado na atmosfera devido a um grande "arroto" dos oceanos. O frio da era do gelo teria diminuído a circulação de água nos oceanos, resultando em um maior armazenamento de CO2 a grandes profundidades. No final da era do gelo, quando as temperaturas aumentaram, esse gás carbônico teria sido expelido.
As primeiras evidências concretas em favor dessa hipóstese foram descritas nesta semana em estudo publicado na revista "Science".
Sinais de água estagnada rica em CO2 foram agora descobertos a 3.700 metros abaixo do leito do Oceano Austral, entre a Antártida e a África do Sul.
Stewart Fallon e sua equipe, da Universidade Nacional da Austrália, em Canberra, coletou amostras de gelo da crosta marinha contendo minúsculos fósseis chamados foraminifera. Espécies diferentes desse animal viviam na superfície e no fundo do oceano. A composição química de suas conchas é dependente da quantidade de CO2 presente na água onde elas se formam.
Os cientistas descobriram que espécies de foraminífera vivendo no leito do mar durante a última era do gelo continham mais carbono que aquelas que flutuavam na superfície.
Eles também observaram que essa diferença desapareceu há cerca de 19 mil anos, época em que as capas de gelo começaram a derreter.
O achado pode ajudar a prever como a circulação oceânica irá afetar níveis atmosféricos de gás carbônico no futuro.
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