O número de mortos causado pela tempestade tropical Agatha na Guatemala subiu para 158, elevando para 194 o total de mortos na América Central, contabilizando ainda as vítimas em El Salvador e Honduras, informou hoje a Coordenadora Nacional para a Redução de Desastres (Conred). O último relatório oficial na Guatemala precisa ainda que há 101 desaparecidos e 147 feridos devido às chuvas.

A Conred disse que mantém o alerta vermelho institucional a fim de continuar com a ajuda humanitária aos milhares de desabrigados e recomenda à população que mantenha a calma e fique alerta sobre os planos de reabilitação que o Governo impulsiona.

As autoridades instalaram uma ponte aérea para levar ajuda ao interior do país. No projeto participam aeronaves dos Estados Unidos, México e de um clube privado da Guatemala, entre outros.

Até agora, segundo a Conred, foram levadas 349 toneladas de ajuda para os desabrigados por via terrestre e aérea.

O Ministério da Saúde Pública informou hoje que adotou medidas para evitar doenças nas áreas que estão inundadas. A Organização Pan-americana da Saúde (OPS) advertiu ontem sobre o risco de problemas respiratórios e de diarréias após a passagem devastadora do Agatha.

Reconstrução

Centenas de casas também foram destruídas, assim como estradas e pontes. A Conred também informou que já iniciou o plano de recuperação e reconstrução do país sob quatro eixos.

O primeiro se refere à assistência humanitária e meios de subsistência, cujo objetivo é fornecer as melhores condições de segurança alimentar e física das pessoas afetadas pelo desastre.

O programa contempla acesso a alimento e água para consumo humano, um teto mínimo, fornecimento de energia elétrica, restabelecimento de infraestrutura viária e estabelecimento de serviços básicos de saúde e educação.

Enquanto o eixo de reativação econômica será focado no reatamento da produtividade não-agrícola, nos serviços turísticos, recuperação da pesca e atividade portuária, acesso a serviços financeiros, abastecimento energético, recuperação de infraestrutura viária e manutenção da estabilidade macroeconômica do país.

O eixo de adaptação e mitigação da mudança climática dará prioridade a melhorar a capacidade de resposta social perante as ameaças.

Por sua vez, o eixo de fortalecimento institucional fortalecerá a presença em territórios onde funciona o Sistema de Operações de Emergência, melhorará mecanismos de comunicação e coordenação intergovernamental, fortalecerá a capacidade de gestão e resposta perante emergência em particular da Conred e o Instituto Nacional de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrología (Insivumeh).

Prejuízos

As chuvas causaram perdas de pelo menos US$ 6 milhões ao setor agrícola em El Salvador, segundo fontes do governo.O ministro salvadorenho de Agricultura e Pecuária, Guillermo López, explicou em entrevista coletiva que cerca de US$ 3 milhões correspondem a danos na infraestrutura agrícola e o restante a cultivos.

López disse que "cerca de 30% dos cultivos foram afetados" pelas chuvas, embora tenha admitido que no caso do arroz os danos podem ser maiores, já que o produto estava na época de colheita.

Segundo um boletim do Ministério da Agricultura e Pecuária, dos 19.973 hectares de cultivos observados, 6.856 sofreram danos, o que significou perdas de US$ 2,5 milhões.

Quanto às infraestruturas estragadas, como diques ou sistemas de irrigação, as perdas chegam a US$ 3,1 milhões. O diretor de Defesa Civil, Jorge Meléndez, estimou que cerca de 120 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas de "maneira direta ou indireta", devido aos danos em suas casas, perdas de cultivos ou por terem de deixar suas atividades, como a pesca, o comércio e o turismo, entre outros.

Além disso, confirmou que foi mantido o número de 11 mortos e dois desaparecidos, e destacou que o número de abrigados diminuiu, e está atualmente inferior aos 6.795 contabilizados até esta quarta-feira, depois que alguns locais voltaram à relativa normalidade.