Operários russos encontraram uma vala comum com cerca de 200 corpos, extremo leste russo. Os cadáveres datam da época da ditadura stalinista, e já estão sendo exumados, informou uma autoridade local.

A fossa foi encontrada por operários próximo à cidade portuária de Vladivostok durante as obras de construção de uma estrada para a cúpula dos países Ásia-Pacífico (APEC), que será realizada nesta cidade em 2012.

"Foram descobertos mais de dez terrenos que continham restos de corpos e foi exumada 1,5 tonelada de restos, o que quer dizer que havia mais de 200 cadáveres", indicou a mesma fonte.

De acordo com os investigadores citados pela agência Itar-Tass, as vítimas foram executadas pela polícia secreta de Stalin ou morreram durante sua transferência para os campos de concentração.

Vladivostok, principal cidade litorânea no Pacífico russo, foi o principal ponto de passagem para os opositores enviados aos gulags, onde milhões de soviéticos morreram antes da morte do ditador, em 1953.

Polêmica

Ainda no início de maio, um ônibus decorado com um retrato de Josef Stalin percorreu as ruas de São Petersburgo, em uma iniciativa lançada por internautas russos, poucos dias antes do 65º aniversário da vitória russa sobre a Alemanha nazista, causando polêmica e reacendendo debates sobre a era stalinista.

"O ônibus foi decorado com o retrato de Stalin para a comemoração do 9 de maio, por uma iniciativa privada; percorreu entre outras vias a avenida Nevski", a principal artéria de São Petersburgo (noroeste), disse um porta-voz da companhia de transportes Ser Passajirskikh Perevozok, proprietária do veículo.

"Não temos a intenção de desculpar Stalin (...) a única coisa que desejamos é destacar o papel-chave desempenhado na vitória" sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, explicou o organizador da iniciativa, Viktor Loguinov, em seu blog.

Este jovem russo, que lançou um pedido para recolher fundos, conseguiu reunir cerca de 1.000 euros destinados a pagar o aluguel de um espaço publicitário no ônibus para instalar o retrato do ex-ditador russo.

"É uma grosseria com as pessoas que tiveram parentes mortos nas repressões stalinistas", disse Maxim Reznik, líder local do partido de oposição liberal Iabloko.