Questionado sobre sua avaliação da política externa brasileira em entrevista coletiva, o tucano elogiou a "presença política crescente" do Brasil no mundo, mas ressaltou que o país precisa de uma ação mais "intensa" e "agressiva" na área comercial.
"Nos últimos oito anos, o Brasil só assinou um tratado de livre comércio, que mesmo assim nem está em vigência, com Israel", declarou o ex-governador. Segundo ele, no mesmo período, no mundo, foram assinados 100 tratados de livre comércio.
Serra defendeu a necessidade de novos acordos do gênero, especialmente porque, segundo ele, o Brasil "caminha para um estreitamento cada vez maior do superávit comercial". "[É preciso] utilizar muito a diplomacia e a ação externa do governo para a questão econômica e comercial", disse.
Direitos humanos
Ainda sobre a política externa brasileira, Serra declarou que o Brasil "não pode perder nenhuma oportunidade" para se posicionar em defesa dos direitos humanos, "fazendo valer o peso da opinião brasileira nesta matéria".
"Eu falo como alguém que se beneficiou na vida da luta pelos direitos humanos, porque sou sobrevivente do estádio nacional do Chile, onde milhares foram presos e muitos mortos", disse. "Eu sei muito bem o valor que tem a opinião de governos importantes nesta matéria".
O ex-governador aproveitou ainda para cutucar o Irã, país com o qual o Brasil fez um acordo nuclear recentemente. "No Irã, tem várias pessoas condenadas à forca por terem se manifestado contra o governo", afirmou.
Serra esteve em Cuiabá (MT) neste sábado para um encontro do PSDB local. Durante o evento, foi lançado o nome do ex-prefeito da cidade Wilson Santos para a disputa do governo no Estado. Diversas faixas foram espalhadas com os dizeres "Serra presidente" e "Wilson Santos governador".
Ao término do evento, no início da noite de hoje, Serra voltou a São Paulo, onde passaria o final de semana, ainda sem agenda confirmada.
Colaborou ESTELITA HASS CARAZZAI, de São Paulo
Comentários