O G1 consultou os sites dos 26 estados e do Distrito Federal. Dois não tinham as informações disponíveis: Paraíba e Rondônia. Dos demais, só 14 tinham link na capa principal que direcionasse o internauta para os dados. Em alguns, foi preciso entrar no site da Secretaria da Fazenda no estado para encontrar as informações. Em outros, a reportagem não conseguiu encontrar o caminho sem orientação da assessoria de imprensa.
As novas regras de transparência para União, estados e municípios com mais de 100 mil habitantes entraram em vigor nesta sexta-feira (28). A regulamentação da lei, que determina que as informações financeiras estejam disponíveis em até um dia útil depois das operações, foi publicada na véspera, na quinta (27).
O decreto presidencial define que o lançamento dos dados ocorra até um dia útil depois das operações. Ou seja, após a efetivação de uma compra, por exemplo, a administração tem um dia útil para tornar a operação pública.
Confira o site de cada estado | |
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Acre | Portal da Transparência |
Alagoas | Portal da Transparência |
Amapá | Gestão do Dinheiro Público |
Amazonas | Portal da Transparência |
Bahia | Transparência Bahia |
Ceará | Portal da Transparência |
Distrito Federal | Portal da Transparência Fiscal |
Espírito Santo | Portal da Transparência |
Goiás | Transparência Goiás |
Maranhão | Portal da Transparência |
Mato Grosso | Governo Transparente |
Mato Grosso do Sul | Portal da Transparência |
Minas Gerais | Secretaria da Fazenda |
Pará | Portal da Transparência |
Paraíba | Não tem |
Paraná | Gestão do Dinheiro Público |
Pernambuco | Portal da Transparência |
Piauí | Portal da Transparência |
Rio de Janeiro | Secretaria da Fazenda |
Rio Grande do Norte | Portal da Transparência |
Rio Grande do Sul | Transparência RS |
Rondônia | Não tem |
Roraima | Transparência RR |
Santa Catarina | Prestando Contas |
São Paulo | Prestando Contas |
Sergipe | Transparência Sergipe |
Tocantins | Portal da Transparência |
Alguns governos, como Alagoas, Goiás e Espírito Santo, reconheceram que ainda estudam a forma como farão a atualização do site com a periodicidade exigida na lei e por enquanto só têm as informações mensais.
Sem os dados
A assessoria de imprensa do governo da Paraíba informou que ainda não há previsão da criação de um portal para disponibilizar os dados.
O governo de Rondônia disse que o portal está em fase de estudos e deve ser implantado em até 90 dias.
Transparência escondida
Alguns governos disseram que as informações financeiras ainda não estão tão claras pelo fato de a lei ser nova.
O governo de Alagoas, por exemplo, já tem um portal da transparência. Não foi possível encontrá-lo, contudo, na capa do site. Orientada pela assessoria de imprensa, a reportagem acessou a página da Secretaria de Comunicação, onde encontrou um link para o portal no fim da página. O governo alagoano também não vai disponibilizar nos primeiros dias das novas regras as informações um dia após as operações. A previsão é de que a alimentação diária comece até meados de junho.
O site da Bahia estava em manutenção e também não tinha link para o portal de transparência na capa. Foi preciso acessá-lo pela Secretaria da Fazenda.
Em alguns casos, no entanto, como nos sites do governo do Distrito Federal, de Tocantins e de Sergipe, a reportagem até a noite de sexta não havia encontrado facilmente os links para os portais dentro dos sites. Foi orientada pela assessoria a localizar diretamente as informações.
O mesmo ocorreu no site de Goiás. O gerente de transparência e ética da Secretaria da Fazenda do estado, Orismar Parreira Costa, afirmou que em breve todos os sites do governo terão link para o portal da transparência.
Agora, uma equipe trabalha, segundo Costa, em uma tecnologia que possibilite a divulgação das informações sobre as receitas em tempo real. "Ainda não deu tempo de equacionar, em 10 dias teremos as informações. Sobre as despesas, a ideia é que tenhamos um refinamento por mês ou dia."
População é fiscal
Pelo texto da nova lei, qualquer “cidadão, partido político, associação ou sindicato” poderá denunciar o descumprimento da obrigatoriedade de divulgar os dados ao respectivo Tribunal de Contas ou Ministério Público.
“As denúncias vão acontecer se a sociedade se envolver na lei. Daí os Ministérios Públicos vão ter que tomar providências. É preciso que a lei vingue para quebrar a cultura do sigilo das contas nos municípios”, afirma Gil Castello Branco, secretário-geral da ONG Contas Abertas.
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