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Politica Brasil
Terça - 06 de Agosto de 2013 às 21:43
Por: Cíntia Acayaba

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Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (6) em Brasília indica que 85% da população apoia a reforma política. O instituto ouviu 1,5 mil pessoas com mais de 16 anos em todo o país entre 27 e 30 de julho. A margem de erro é de três pontos, para mais ou para menos.



O levantamento foi encomendado pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), integrado por  51 entidades, entre as quais Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).


 
O levantamento mostra que 7% são contrários à reforma, 4% são indiferentes e 4% não sabem ou não responderam. 



 
Dentre os que responderam, 92% querem a realização da reforma política a partir de um projeto de iniciativa popular e 84% defendem que uma nova legislação sobre o assunto passe a valer nas eleições de 2014.


 
De acordo com a pesquisa, 78% são contrários ao financiamento de campanha por empresas privadas.



Segundo o Ibope, 80% acreditam que deveria haver limite máximo para uso de dinheiro público nas campanhas e 12% disseram que não. A ampla maioria (90%) quer punição mais rigorosa à prática do caixa dois.


 
O Ibope também questionou os entrevistados sobre a proposta do MCCE de que eleitores possam votar primeiro em partidos e propostas e depois, em candidatos – 56% disseram que apoiam a ideia, 36% disseram preferir manter o sistema atual, 2% se disseram indiferentes e 5% não souberam ou não responderam.


 
Pergunta sobre em qual proposta votariam, 56% das pessoas, na primeira menção, disseram “saúde”, seguida por “educação”, com 20% da preferência, 14% votariam no tema do “controle do dinheiro gasto pelo governo/corrupção”, 7% em “segurança pública”, 1% em "transporte público" e 1% não sabe ou não respondeu.


 
Projeto de lei


 
O MCCE coleta assinaturas para encaminhar projeto de lei próprio sobre a reforma política ao Congresso. O projeto prevê o fim do financiamento de campanhas eleitorais por empresas privadas, limite para doação de pessoa física para partidos, eleição para o Legislativo em dois turnos – no primeiro, apenas para escolher partidos e no segundo, para escolher candidatos – e “mais liberdade de expressão dos cidadãos em relação ao debate eleitoral”. O projeto precisa de 1,6 milhão de assinaturas até 28 de agosto.


 
Segundo o presidente da OAB, Marcus Vinicius Coêlho, a inovação no projeto de lei proposto pelo movimento está no limite máximo que pode ser doado e na criminalização do caixa dois.


 
“O TSE [Tribunal Superior Eleitoral] é quem vai fixar o valor máximo de campanha. Hoje, quem fixa é o partido. Nosso projeto também prevê oito anos de reclusão para quem praticar o caixa dois de campanha, a proibição da empresa que praticou o crimede  manter contratos com o governo federal e a cassação do mandato de quem estiver fazendo caixa dois”, disse Coêlho.


 
Para Coêlho, as propostas do grupo de trabalho formado na Câmara dos Deputados para propor a reforma política vão na "contramão" do que a população quer.


 
"Essas propostas do Congresso, no sentido de flexibilizar a lei da ficha limpa, vão na contramão do que a população brasileira exige. Nós temos que aplicar com rigor a ficha limpa e construir as eleições limpas.



Combatendo o caixa dois, criando a criminalização do caixa dois e punindo severamente a compra de votos nesse país. Nesses pontos estão a origem dos principais fatos de corrupção. A corrupção eleitoral é o germe da corrupção administrativa", disse.


 
Questionado sobre a possibilidade do governo encampar a proposta do MCCE, Coêlho disse que não "rejeita apoio", mas projeto não poder ter "um dono".


 
"Não queremos que a proposta seja do governo ou da oposição, mas daqueles que querem melhorar a vida política do nosso país. Não podemos rejeitar apoio, mas não queremos que o projeto tenha dono ou sentido de governo ou de oposição", afirmou.


 
Manifestações


 
A pesquisa também indagou sobre as manifestações de rua pelo país – 84% se disseram favoráveis, 14%, contra, 1%, indiferentes e 1% não souberam ou não responderam.


 
Sobre os motivos dos protestos, 37% disseram que é por “revolta”, 32% por “sensação de abandono ou descaso”, 13% por “esperança”, 9% por “frustração”, 3% por “confiança”, 2% por “orgulho”, 2% disseram que os protestos ocorrem por outros motivos e 3% não sabiam ou não responderam.





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