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Ciência/Pesquisa
Segunda - 24 de Maio de 2010 às 11:21
Por: do The New York Times

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Apesar de décadas de esforço, nenhuma cura para a aids foi inventada até agora. Os obstáculos são imensos. A mutação do vírus em um dia equivale à que ocorre no vírus da gripe em um ano, e o vírus pode também ficar dormente por tempo indeterminado.

Como ninguém nunca foi curado, não existe uma defesa natural para copiar. E como o vírus ataca as células CD4, que são os "alarmes de incêndio" do sistema imune, vacinas que estimulem a imunidade podem apenas criar mais alvos.

Mesmo em países ricos, o vírus só pode ser controlado: coquetéis antirretrovirais impedem que ele se multiplique. Os pacientes não são curados, mas podem sobreviver até idade avançada.

Com apenas quatro milhões de pessoas sendo tratadas no mundo e doadores hesitando em apoiar 33 milhões ou mais, é preciso um milagre. Mas nenhum parece estar no horizonte.

O mais recente ensaio clínico de uma vacina, na Tailândia, levou seis anos e fracassou. Ela chegou a proteger temporariamente alguns participantes, mas mesmo isso exigiu seis injeções com meses de intervalo. Algo assim é muito complicado para lugares como a África rural, onde iniciativas contra a pólio fracassam com frequência, mesmo envolvendo algumas poucas gotas rosadas na boca de bebês. O dr. Anthony S. Fauci, que supervisionou o ensaio tailandês, afirma que não vê "nenhuma chance" de uma vacina para os próximos anos e estima uma chance "razoável" dentro de 20 anos.

A busca por um microbicida vaginal também está atrasada. As mulheres precisam de um produto simples que possa ser aplicado secretamente, porque muitos homens reagem violentamente à sugestão de que estejam infectados.

Além disso, pelo fato de muitas delas quererem engravidar, ele precisa bloquear um vírus minúsculo sem bloquear o esperma, o equivalente a parar um milhão de motos numa rodovia em que uma frota de caminhões passa facilmente.

Ensaios clínicos que usam substâncias químicas grudentas se provaram infrutíferos. Um teste inicial de espermicida chegou a aumentar as infecções.

Em julho, devem ser divulgados os resultados de um ensaio clínico com um gel contendo a droga antirretroviral tenefovir, que funcionou bem em macacos. A expectativa é que ela não apresente nenhum grande resultado, nem um fracasso absoluto, já que, eticamente, os cientistas precisariam parar o teste prematuramente se os resultados preliminares mostrassem outra tendência.

Sharon Hillier, principal pesquisadora da Microbicide Trials Network, diz ainda estar "esperançosa" de que um gel ou um implante vaginal que libere a droga aos poucos seja desenvolvido algum dia. "Mas", disse Hillier, "vai ser um processo longo e difícil".

Tradução: Amy Traduções





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