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Quinta - 20 de Maio de 2010 às 02:11
Por: Alecy Alves

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O bicheiro João Arcanjo Ribeiro, preso há sete anos, acaba de ser pronunciado para mais um julgamento popular. Por decisão do juiz Lídio Modesto, substituto da 12ª Vara Criminal, Arcanjo deverá ser submetido ao júri por mando do duplo homicídio qualificado dos empresários Rivelino Jacques Brunini e Fauze Rachid Jaudy, sócios dele na exploração de máquinas caça-níqueis, e tentativa de assassinato de Gisleno Fernandes.

O processo foi encaminhado à 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri para organização dos meios necessários e definição da data. Além do bicheiro, pelos mesmos crimes devem ser submetidos ao Conselho de Sentença Popular os ex-policiais militares Célio Alves de Souza e Hércules de Araújo Agostinho (soldado e cabo, respectivamente), e o contador das empresas de Arcanjo, Julio Machs Mayada.

Nesse duplo homicídio também aparecia como réu, na condição de contratante dos assassinos, o coronel aposentado da Polícia Militar Frederico Carlos Lepesteur. Ele morreu vítima de câncer em setembro de 2007, cinco anos depois dos assassinatos.

Arcanjo já está pronunciado pelos assassinados dos empresários Sávio Brandão de Lima (dono do Jornal Folha do Estado), e Mauro Manhoso. Este último teria sido morto porque estava implantado um sistema de apostas que concorreria com o jogo do bicho, além do triplo homicídio que vitimou três jovens em Várzea Grande.

Este era o último caso de mando de mortes atribuído a Arcanjo Ribeiro esperava pronúncia ao Tribunal do Júri. As investigações permaneceram na Justiça Federal por cerca de quatro anos pelo fato de integrar um processo no qual eram apuradas outros crimes como sonegação fiscal, descaminho e formação de quadrilha envolvendo dezenas de acusados.

De acordo com o que apurou a acusação, uma carta extraída do computador de Julio Bachs revelava que Rivelino Jacques Brunini, concessionário dos caça-níqueis de João Arcanjo, começava a descumprir ordens expressas do chefe da organização implantando novas máquinas sem permissão.

O ex-cabo Hércules, relata o juiz Lídio Modesto na pronúncia, conforme se apurou nos autos, confessou que ele e Célio Alves receberiam a importância de R$ 20 mil.

Jaudy e Brunini foram mortos no dia 6 de junho de 2002, por volta das 15 horas, na avenida Rubens de Mendonça (CPA), a poucos metros da sede da Polícia Federal. Ambos estavam em uma oficina mecânica quando foram surpreendidos pelos ex-policiais militares. Hércules estaria em uma moto pilotada pelo ex-soldado Célio e usava uma pistola 9mm.

Brunini foi atingido por sete tiros e teve morte instantânea. Jaudy morreu em seguida, enquanto Gisleno, que sobreviveu, teria sido atingido apenas porque estava próximo dos dois alvos dos ex-PMs. Julio Bachs e Frederico Lepesteur, segundo apurou a Polícia Federal e escreveu o juiz na pronúncia, assistiram as mortes de perto dando cobertura para os assassinos.

LIBERDADE – Tramita na Justiça Federal do Mato Grosso do Sul o pedido de progressão de regime feito pela defesa de Arcanjo para que, invocando o cumprimento de um terço do total de sua pena e o bom comportamento no sistema prisional, consiga a liberdade provisória.

Arcanjo está preso na penitenciária federal de Campo Grande desde outubro de 2007. Este ano, o bicheiro deve retornar a alguma unidade prisional de Mato Grosso, em virtude do vencimento do prazo legal em que pode ser mantido em Regime Disciplinar Diferenciado, a que está submetido há quase 3 anos.






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