Desmatamento e queimadas aceleram em Mato Grosso

A prática de desmatamento voltou a ser intensa em Mato Groso. Fiscais da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso  aplicaram em duas semanas R$ 3,5 milhões em multas por corte irregular de madeira no Estado, queimada ilegal ou transporte irregular. As multas aplicadas no início deste mês estão distribuídas em 95 casos. “Mato Grosso voltou a figurar nos últimos boletins divulgados sobre desmatamento" - diz Eduardo Rodrigues, coordenador de Fiscalização de Florestas e Unidades de Conservação da secretaria. Em função disso, o tempo de permanência das equipes em campo aumentou de 10 para 15 dias.

Os municípios que lideram o  ranking de destruição das florestas são, respectivamente, Ipiranga do Norte e Boa Esperança do Norte. As áreas desmatadas correspondem a 3.531 hectares, todos dentro de fazendas. Os proprietários ainda poderão recorrer das multas. Segundo Rodrigues, outras cidades com situação crítica para desmatamento no Mato Grosso são Feliz Natal, Nova Maringá, Marcelândia e Nova Ubiratã.

Dos dez municípios com mais desmatamento, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos dois primeiros meses deste ano, sete estão neste Estado. Relatório de outra instituição, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), reforça essa tendência destrutiva do Mato Grosso. A região foi responsável por 39% de todo o corte registrado em março (de um total de 76 km²). O Estado só fica atrás do Pará (que cortou 45%).

Atualmente, a fiscalização ambiental em Mato Grosso está a cargo apenas da Secretaria de Meio Ambiente em função do movimento de reivindicação salarial dos servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

Além das queimadas, uma das maiores preocupações no momento diz respeito às queimadas. Números do Banco de Dados de Queimadas do INPE, mostram que no primeiro quadrimestre de 2010 Mato Grosso teve aumento de 14% nos focos de calor se comparado ao mesmo período do ano passado. Em 2009, de 01 de janeiro a 30 de abril, foram registrados 1.181 focos, contra 1.346 neste ano. “As condições climáticas, temperatura média superior a do ano passado, umidade relativa do ar abaixo do que foi registrado em 2009, e o fato de que em alguns municípios as precipitações foram zero nesse período, contribuem para o favorecimento de queimadas, pois, até a vegetação fica mais seca e propensa a dissipar fogo com mais rapidez”, disse o Maj BM Márcio Paulo da Silva, da Coordenadoria de Gestão do Fogo (CGF) da Defesa Civil do Estado.